Chavismo mais sólido para as eleições presidenciais

O triunfo do chavismo – seguidores do líder da Revolução bolivariana (Hugo Chávez 1954-2013) -nas recentes eleições municipais na Venezuela significa a consolidação de seus espaços com vista às eleições presidenciais do 2018

Elaine Tavares: A Venezuela e a luta de classe - Reprodução

O resultado das eleições municipais, a terceira em pouco menos de seis meses, prevê o fortalecimento da esquerda, uma vez que conseguiu uma vitória épica dada as atuais circunstâncias do país sul-americano, assediado pela direita nacional e internacional.

Com 308 de 335 prefeituras já em seu poder, o chavismo se dirige como a única opção política fortalecida no país com o enecerramento de 2017, já que o comportamento da oposição demonstrou uma desorientação política devido à atuação dispersa e contraditória de seus dirigentes.

De acordo com especialistas, o resultado das municipais reflete que a oposição nacional continua com a incapacidade de trazer à tona uma liderança séria e visível, devido a ambições individuais.

Esse inconveniente que arrasta a direita, cujos líderes se aglutinam na Mesa da Unidade Democrática (MID), impede a concretização de um acordo final nos diálogos com o governo, que ocorrem na República Dominicana, para a conciliação entre ambas partes, além de poder trazer outras consequências diante do novo desafio eleitoral que se aproxima em 2018.

Para as eleições presidenciais, o lado chavista anunciou que defenderá um candidato único que responda aos interesses de continuar o caminho socialista da nação bolivariana, legado deixado por Chávez no Plano da Pátria.

Até o momento anunciou-se uma nova candidatura do atual mandatário Nicolás Maduro que, de acordo com a pesquisa opositora Venebarómetro, lidera a intenção de voto (28,6%) para as presidenciais.

10% a baixo do chefe do Estado bolivariano, a sondagem localizou em segunda posição o opositor Leopoldo López, em prisão domiciliar, inabilitado por corrupção, vinculado a instituições financiadas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos e responsável pela morte de 43 pessoas e de outras tantas feridas em 2014 por sua promoção à violência política como parte do golpe de Estado, "A Saída". 

Em terceiro aparece Henrique Capriles, também de direita, e por último seus colegas de mesma tendência política, Henry Ramos Allup e Henri Falcón.

Segundo analistas, uma das razões para o seu crescimento é que o presidente Maduro tem apresentado uma imagem positiva nos últimos meses, apesar da campanha midiática contra sua figura e à guerra econômica cujos efeitos o tentam responsabilizar.

A julgamento de outros pesquisadores para 2018, os novos desafios do chavismo, junto à Assembleia Nacional Constituinte, estão aumentando os passos para a recuperação econômica e o aperfeiçoamento das missões para a proteção dos trabalhadores.