Wil Pereira: 2018 bate à porta e vai ter luta!

“Foram alguns exemplos da unidade das ações que intensificou uma agenda de lutas por direitos neste ano. E que deve se repetir, com mais força. O estado de alerta permanece. Que venha 2018!

Por *Wil Pereira

Manifestações Ceará

Para se fazer um breve balanço do ano que termina, é necessário lembrar aquele 17 de abril de 2016, data em que o processo de impedimento da então presidente Dilma Rousseff foi sacramentado. Um domingo que manchou – de forma vergonhosa – a história do Brasil e anunciou: os dias vindouros seriam de muitos ataques. Mas também de muita luta. E assim seguiu 2017, um ano em que o governo promoveu medidas que jamais seriam aprovadas nas urnas e alterou, de forma radical, a política do País.

Em março, no mesmo dia dedicado a uma forte mobilização nacional contra as reformas impostas pelo governo, Michel Temer sancionou a terceirização irrestrita, para todas as atividades das empresas. O retrocesso foi apenas a ponta do iceberg do mais duro ataque à classe trabalhadora dos últimos tempos: a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor no dia 11 de novembro. Ambos os ataques fragilizaram o emprego e o trabalhador, rasgaram a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e alteraram, de forma profunda e danosa, o mercado de trabalho brasileiro. Em agosto, o mesmo presidente ilegítimo já havia usado, sem cerimônias, a máquina e o erário federais e conseguido votos suficientes na Câmara dos Deputados para escapar da denúncia pelo crime de corrupção passiva. Abriu os cofres públicos para salvar o pescoço. Faz o mesmo na tentativa desenfreada de aprovar a Reforma da Previdência e nos tomar de assalto a aposentadoria.

Mas 2017 também foi um ano de reação. No Ceará, a CUT e demais centrais sindicais que atuam no Estado, irmanadas com os partidos políticos de esquerda e com o apoio indispensável dos movimentos sociais, conseguiram dar o seu recado nas ruas. A paralisação do dia 15 de março contra a Reforma da Previdência foi um exemplo, seguida da histórica greve geral de 28 de abril, que levou 500 mil pessoas às ruas em todo o Ceará.

O ato pelas Diretas Já reuniu cerca de 30 mil pessoas em caminhada pela orla de Fortaleza no dia 21 de maio. Pouco mais de um mês depois, no dia 30 de junho, pelo menos 50 mil pessoas participaram do ato de massa também na Capital. Esses foram alguns exemplos da unidade das ações que intensificou uma agenda de lutas por direitos neste ano. E que deve se repetir, com mais força. O estado de alerta permanece. Que venha 2018!

*Wil Pereira é presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE)

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