Jovens acusam exército de racismo contra palestinos e recusam sevir
63 israelenses em idade militar escreveram uma carta aberta às autoridades expressando sua negativa em servir no exército e afirmando que Israel pratica uma política "racista" contra a Palestina.
Publicado 28/12/2017 12:32

A carta é dirigida ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ao ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, ao ministro da Educação, Naftali Bennett, e ao chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Gadi Eizenkot.
"O exército personifica a política racista do governo que viola os direitos humanos básicos e aplica uma lei aos israelenses e outra aos palestinos no mesmo território. Portanto, decidimos não participar da apreensão e da supressão do povo palestino", afirma a missiva publicada pelo jornal Yedioth Ahronoth.
O texto também acusa o governo de praticar uma "política de incitamento a nível institucional" dirigida contra palestinos de ambos os lados da Linha Verde — as fronteiras entre Israel e Palestina que são reconhecidas pela comunidade internacional e são prévias à Guerra dos Seis Dias de 1967, quando Israel tomou partes do território palestino.
"Nós nos recusamos a servir no exército porque estamos comprometidos com os valores da paz e sabemos que há outra realidade que podemos criar juntos. Solicitamos aos nossos colegas que perguntem se o serviço no exército realmente possibilita construir essa realidade", diz a carta.
Não é a primeira vez que um grupo de jovens recusa o serviço militar. 80 pessoas recusaram-se a integrar o exército em 2009 em protesto contra a política do governo israelense em relação à Faixa de Gaza e à Cisjordânia.
Em Israel, o serviço militar é obrigatório para quem completa 18 anos. Os homens devem servir por três anos e as mulheres, dois anos.