Mesmo com diferenças internas, SPD aprova negociações com Merkel

No domingo (21), duarente o congresso de seu partido, os sociais-democratas alemães aprovaram o início de negociações formais com os democratas-cristãos da CDU de Angela Merkel, apesar de alguns membros do partido e militantes serem contra 

Martin Schulz - Conselho da União Europeia

Antes da votação, o líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, lançou um apelo emotivo ao voto no "sim". Schulz e os defensores de uma coligação com a CDU pensam que podem aproveitar esse momento para forçar os democratas-cristãos a fazerem mais concessões internas – principalmente na questão do auxílio aos imigrantes requerentes de asilo com os seus familiares, dos seguros de saúde e dos contratos de trabalho, áreas em que o SPD exige políticas mais de esquerda. "Não se deve governar a qualquer preço, mas também não se deve aceitar pagar qualquer preço pela recusa em governar", disse Schulz, em referência ao dilema em que o SPD se encontra, depois de ter sido punido pelos eleitores em setembro com o pior resultado desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A principal critica dos membros internos que são contra a entrada do SPD na coligação é que isso poderia permitir que a extrema direita- AfD, que conquistou 13% dos votos e voltou ao parlamento- se torne o partido de oposição para o povo. Por outro lado, ao entrar na coligação, os sociais-democratas não serão vistos como responsáveis pela instabilidade política no país, além de ganhar influência para uma europa mais unida e solidária.  Ainda assim, para os defensores do "não", ao recusar o acordo com a CDU o partido de centro-esquerda ganharia tempo para se reorganizar na oposição como uma verdadeira alternativa aos conservadores de Angela Merkel. 

Ganhou o "sim", com 362 a favor do início das negociações formais com a CDU. Foram 279 contra e uma abstenção. As negociações formais devem começar nos próximos dias- apesar de Schulz já ter se reunido com Merkel na semana passada e ter aprovado os primeiros itens do possível acordo. Se o acordo for bem-sucedido, faltará ainda a aprovação de cerca de 450mil militantes sociais-democratas, o que deve acontecer em março. 

Angela Merkel e o seu principal aliado na europa, o presidente francês Emmanuel Macron, esperam pelo resultado das negociações entre o SPD e a CDU para poderem começar a trabalhar em vários assuntos da agenda europeia que dependem da continuidade de Merkel no Governo alemão – e que devem ser resolvidos "com urgência" depois da saída do Reino Unido da União Europeia, segundo informações do Publico.