Havana protesta contra as ações dos EUA para interferir na internet

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou ter enviado na quarta-feira (31) à embaixada dos Estados Unidos uma nota diplomática em repúdio à "força-tarefa" do governo norte-americano para interferir na internet da ilha

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A nota foi entregue ao encarregado de negócios dos Estados Unidos na ilha, o diplomata Lawrence Gumbiner.

Havana vê as ações de Washington como uma violação da soberania cubana. O Departamento de Estado norte-americano diz que a força-tarefa vai examinar “os desafios tecnológicos” para expandir a conexão e "promover o fluxo livre e não regulado de informações” na ilha. A primeira reunião do grupo deve acontecer no dia 7 de fevereiro.

Para o governo cubano, o ato é uma "ofensa que desrespeita a competência nacional para regular os fluxos de informação e o uso dos meios de comunicação massivos". A nota do Ministério de Relações Exteriores pediu que o governo norte-americano interrompesse o que chamou de "ações subversivas, intervencionistas e ilegais contra Cuba".

No comunicado, Cuba afirma que as ações dos Estados Unidos “atentam contra a estabilidade e a ordem constitucional cubana” e insta os norte-americanos a respeitarem “a soberania cubana, o direito internacional e os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”.

Os dois países retomaram relações diplomáticas em 2015, após diálogo liderado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro. Obama chegou a visitar a ilha em 2016, mas depois que Donald Trump assumiu o governo norte-americano, a nova gestão interrompeu parte do processo de reaproximação.

De acordo com o governo cubano, o acesso à internet em Cuba tem aumentado. O jornal oficial Gramna informou que 40% da população tinha acesso garantido a internet na ilha em 2017, segundo a publicação, isso representa um crescimento de 37% com relação a 2010.