10° Espaço Socializando da UJS/SP discute conjuntura e prepara lutas

A União da Juventude Socialista, de São Paulo (UJS/SP), realizou, nos dias 02 a 03/03, o 10° Espaço Socializando, que reúne a militância de todo o Estado em busca da realização dos sonhos de quem luta por um Brasil mais justo. No encontro, a militância pôde construir um importante debate sobre o estado de São Paulo.

ujs - Karla Boughoff (UJS)

Pensar uma nova realidade o estado de São Paulo após mais de vinte anos de PSDB é um desafio: escolas e universidades sucateadas, ausência de qualidade na mobilidade urbana dentro das cidades e regiões, falta de água e de perspectiva de futuro para os jovens.

Os jovens das cerca de trinta e cinco cidades que puderam contribuir para esses debates, também tiveram a oportunidade de participar do curso de formação da UJS.

Marcaram presença no Espaço Socializando algumas figuras de peso como Leci Brandão, Deputada Estadual do PCdoB; Orlando Silva, Deputado Federal, Líder do PCdoB na Câmara; e Carina Vitral, presidenta nacional da UJS.

Em tempos de crise mundial do capitalismo, e de profunda crise política no país, a UJS convida a juventude brasileira durante toda a campanha do 19º Congresso Nacional da UJS para OCUPAR O PODER e construir o socialismo!

 
Confira a Carta “Cidade de São Paulo” (síntese do debate do 10° Espaço Socializando da UJS):
 
CARTA “CIDADE DE SÃO PAULO”
10º ESPAÇO SOCIALIZANDO DA UJS SÃO PAULO
À toda juventude combativa,

A União da Juventude Socialista do estado de São Paulo, ante aos grandes desafios postos à organização da juventude e da luta política, realizou no último final de semana na capital paulista o 10º Espaço Socializando.

A crise econômica mundial tem aprofundado as contradições da sociedade capitalista. No Brasil não é diferente, presenciamos a consolidação do impeachment em 2016 e, atualmente vemos as garras do golpe, que está em curso, se fechando contra os nossos direitos. Mesmo com 2% de aprovação, e depois de termos retornado ao mapa da fome, o governo Temer aprovou a retirada de direitos da classe trabalhadora pela Reforma Trabalhista – legalizando o trabalho intermitente e exterminando a obrigatoriedade do salário mínimo.

Através da Emenda Constitucional do teto de gastos, vimos ser congelado o orçamento em todos os setores públicos. As escolas, que já são sucateadas, ficarão durante vinte anos sem aumento em seus investimentos; os hospitais públicos e todo Sistema Único de Saúde que necessitam de mais e mais recursos, serão impossibilitados de adquirir novos instrumentos cirúrgicos.

Nada disso passou sem resistência, com a garra e a coragem de milhares de jovens e trabalhadores, ocupamos as ruas construindo greves gerais e paralisações por todo canto, contra todos esses retrocessos. Com muito esforço, conseguimos barrar a Reforma da Previdência recentemente e precisamos nos manter dispostos na luta contra as tentativas imperialistas de colonizar novamente nosso país.

No Governo do Estado a realidade se assemelha, vivenciamos gestões dirigidas pelo PSDB nos últimos vinte e quatro anos ininterruptamente. O resultado disso é o total descaso com a população paulista. No Metrô, por exemplo, vimos apenas inauguração de vinte e um novos quilômetros de metrô desde 2005, e agora nos deparamos com a proposta de privatização de inúmeras linhas da rede metro-ferroviária.

Graças ao amplo diálogo com a sociedade, nossa geração, ineditamente, conseguiu emplacar duas derrotas históricas ao tucanato paulista: 1) A ocupação das mais de 200 escolas em 2015 contra o fechamento das escolas e da reorganização escolar – reduzindo para 20% a taxa de aprovação do Governo; 2) A ocupação da ALESP pela CPI da Merenda, que foi instalada em caráter de urgência.

Geraldo Alckmin, principal inimigo do povo paulista na conquista de uma vida digna, já é candidato à Presidência da República. O político que propõe fechar escolas, que rouba dinheiro da alimentação dos secundaristas, que superfatura 1,4 milhão de reais em sessenta placas de propaganda do Governo, que promove o genocídio da juventude negra na periferia diariamente e desvia recursos da ampliação do transporte publico não pode ser àquele eleito pelo povo brasileiro para retomar o desenvolvimento social e econômico brasileiro. É missão, da nossa organização política, desmistificar ao Brasil a essência da figura de Alckmin, e as idéias do neoliberalismo – que tenta se reinventar mais uma vez.

A saída é pela política, e por isso temos como principal desafio apresentar à juventude e para a sociedade uma nova alternativa, é fundamental que convoquemos toda a juventude paulista e brasileira a OCUPAR O PODER!

Nos desafiamos na construção desse 10º Espaço Socializando. Recebemos inúmeros militantes da UJS vindos de trinta e cinco municípios do estado, que toparam nossa proposta de pensar coletivamente o estado de São Paulo nesse encontro. Não nos bastou apenas debates os debates conjunturais, provocamos nossas mentes a pensar e desenvolver alternativas aos problemas que identificamos no nosso cotidiano.

Em 2018, vamos construir o 19º Congresso da União da Juventude Socialista. É tempo de refletirmos sobre nossa organização, e pensarmos de qual forma vamos intervir nessa conjuntura tão incerta. Precisamos materializar toda nossa capacidade política, ocupando o poder.

Fruto das lutas dos trinta e três anos da UJS, vamos lançar nos próximos meses a candidatura da ex-militante da nossa organização Manuela D’Ávilla. Mulher, feminista, mãe, militante, e jornalista de formação, Manu dedicou sua vida à política, aos 22 anos foi eleita vereadora em Porto Alegre. Hoje, com 36 anos, representa um projeto nacional de desenvolvimento que pensa saídas para crise e uma nova perspectiva ao povo brasileiro.

É com essa identidade, de uma organização política conseqüente, que pensa o futuro da juventude e do Brasil e apresenta o socialismo – como alternativa às mazelas do capitalismo, e com a garra de cada um de nós, vamos seguir ampliando o debate de idéias e convocando os jovens à ocupar a política.

São Paulo, 4 de março de 2018.