Alemanha: SPD aprova coalizão com Merkel, assegurando seu mandato 

Os militantes do Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, alemão aprovaram sua entrada na “grande coligação” com os conservadores da União (CDU e CSU) da primeira-ministra Angela Merkel, pondo fim a semanas de especulação sobre a possibilidade da Alemanha ter um executivo após as eleições de 24 de setembro

Angela Merkel

66% votaram “sim” à coligação. Olaf Scholz, provável novo ministro das Finanças, congratulou-se pelo resultado mas não respondeu à pergunta de um jornalista sobre quem serão os ministros do SPD: “Vamos ver na próxima semana. Certo é que temos seis ministros, dos quais três serão mulheres e três homens, e alguns serão novos [no governo] e outros não”.

A participação na "grande coligação" foi um dilema que levou a um enorme debate no partido, com uma ala mais pragmática (e mais velha) defendendo que valia mais estar no Governo e conseguir algumas medidas social-democratas do que estar fora e não conseguir nenhuma, e uma ala mais jovem que defendia que a identidade de esquerda do partido está desaparecendo com as sucessivas participações em governos de Merkel. A ala jovem contra a coligação também argumenta que, ao se unirem ao governo, os sociais-democratas deixam a Alternativa para a Alemanha (partido de extrema direita que entrou no parlamento após conquistar 12% dos votos) como a princiapal figura da oposição para o povo alemão. Nas eleições de setembro de 2017, após o termino do mandato em que o SPD estava aliado com Merkel, o partido de centro-esquerda teve seu pior resultado desde o fim da Segunda Guerra Mundial. 

A sessão do parlamento em que a chanceler será eleita deverá acontecer nos dias 13 ou 14 de março, segundo o diário Süddeutsche Zeitung. Para ser eleita (em primeiro turno e com maioria absoluta) Merkel precisa de 355 votos; os deputados da “grande coligação” somam 399.

O presidente francês Emmanuel Macron, esperançoso pela formação da coligação para que assim ele e Merkel possam avançar em seus planos quanto a zona do euro e à União Europeia, declarou que “França e Alemanha vão trabalhar juntas em novas iniciativas nas próximas semanas para fazer avançar o projeto europeu.”