Nas cordas, Temer vai usar "reforma ministerial" para conter debandada

O governo Michel Temer corre contra o tempo para tentar conter a debandada de aliados, inclusive do próprio MDB, às vésperas das eleições. Com a imagem desgastada desde que assumiu o poder após o golpe de 2016, Temer esperava que a intervenção pudesse reverter os índices de impopularidade, sem sucesso. Agora, aposta numa suposta "reforma ministerial" como solução d seus problemas, ou pelo menos parte deles.

Temer com prefeitos - Marcos Corrêa/PR

A quebra do sigilo bancário determinada pelo Supremo Tribunal Federal agravou o quadro de incertezas do governo, ameaçando a redução da bancada do MDB na Câmara dos Deputados.

O governo pretende usar a reforma ministerial prevista para abril e a liberação de verbas do Orçamento como instrumentos de barganha para atrair candidatos à reeleição.

O problema é que o governo voltou para as cordas e assessores não escondem o abatimento pelos desgastes recentes, colocando Temer na defensiva.

Tentando demonstrar que ainda tem força, o Planalto avisa aos aliados. Disse que seguira o mesmo modus operandi das votações no Congresso: quem ficar no comando de ministérios devem defender o governo que, por sua vez, vai liberar mais verbas para os que continuarem fieis ao Palácio do Planalto.

A pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência é apontada como efeito direto desse desgaste do governo com a sua base. Aliados declaram apoio a Maia e deputados do MDB se manifestarem informando o interesses de desfiliação para migrar para o partido do presidente da Câmara.