Hawking, o conquistador das estrelas deixa um legado universal
“Espero que se lembrem de mim pelo meu trabalho no campo da cosmologia e dos buracos negros”, disse o cientista britânico Stephen Hawking em uma entrevista há pouco tempo. Ele morreu nesta quarta-feira (14), aos 76 anos, em sua casa, na cidade de Cambridge.
Publicado 14/03/2018 13:21
“Creio que sim, conseguiremos entender a origem e a estrutura do universo. De fato, agora mesmo já estamos perto de conquistar este objetivo. Na minha opinião, não há nenhum aspecto da realidade fora do alcance da mente humana”, disse o físico em uma entrevista em 2015.
Hawking trabalhou durante praticamente toda a vida sob a sombra de uma possível morte prematura e tentou explicar algumas das questões mais complexas da vida humana. Essa combinação entre sua erudição e sua doença [Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA], o levou a ser o cientista mais famoso do mundo e a ser comparado a Albert Einstein e Isaac Newton.
Ele foi genial, e deixou um legado imensurável para a ciência, apesar da ELA que o colocou numa cadeira de rodas aos 21 anos. Os diagnósticos médicos não apontavam mais de dois anos de expectativa de vida, mas Hawking desafiou a ciência em todas as suas formas e viveu mais de 50 anos com a doença. Ao longo deste período, a enfermidade que afeta os neurônios o deixou completamente paralisado e ele passou a se comunicar apenas através de um sintetizador de voz que interpretava seus gestos faciais.
Porém, sua capacidade intelectual e sua paixão pelo conhecimento o permitiu demonstrar, junto a seu colega Roger Penrose, que a teoria da relatividade e de Einstein implica que o espaço e o tempo têm um princípio, denominado como “big bang”, e um final, os buracos negros.
Com base nesta região do espaço, cuja força gravitacional atrai até a luz, desenvolveu uma de suas teorias mais importantes: “os buracos negros são a máquina de reciclagem definitiva do universo: o que sai é o mesmo que entrou, mas processado”, explicou, com simplicidade, em uma entrevista ao El País, em 2015.
Na mesma entrevista, ele que foi titular da cátedra Lucasiana de Matemáticas Aplicadas e Física Teórica, a mais importante da Universidade de Cambridge, defendeu a necessidade de simplificar a linguagem matemática para que todo mundo possa ter pelo menos uma ideia de como “funciona o universo”.
Após a notícia da morte do físico, os filhos dele, Lucy, Robert e Tim Hawking declararam: “foi um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverá por muitos anos. Sua valentia e persistência, e também seu humor e perspicácia brilhantes inspiraram pessoas de todo o mundo”.