Em sabatina, Maia diz que é contra privatização de Petrobras e BB

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pré-candidata à presidente, participou de sabatina promovida pelo jornal Correio Braziliense, nesta quarta-feira (6). Na entrevista ele defendeu a privatização do sistema Eletrobras, mas se disse contrário ao modelo apresentando pelo governo de Michel Temer (MDB).

Maia - Marcelo Camargo / Agência Brasil

"Acho que o sistema Eletrobras pode ser privatizado, não sei se esse modelo que está sendo proposto é o melhor, que privatiza o todo. Poderia ser mais pulverizado.", disse Maia, que durante toda a entrevista seguiu o tom de crítica ao governo, buscando manter uma distância estratégica do desgastado Temer, que acumula índices recordes de rejeição.

Maia, que defende o estado mínimo, afirmou que é contra a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil, mas disse que que a estatal não precisa deter o monopólio. "A Petrobras não precisa ter o monopólio. Pode continuar existindo, num tamanho menor. O que não pode é ser estatal única", afirmou Maia.

Sobre o Banco do Brasil, o pré-candidato disse que, no momento, não se deve pensar em privatizar a instituição financeira. "Apesar de ser liberal, acho que o sistema financeiro precisa passar por uma grande reforma para atrair novos atores e mais concorrência", argumentou, afirmando que ainda que a Caixa Econômica Federal precisa mudar seu modelo de gestão, para encontrar seu nicho. "Não vale ter dois bancos públicos disputando o mesmo mercado", declarou o presidente da Câmara.

Ao ser questionado sobre a relação do Congresso com o governo, Maia disse que a base do governo está desorganizada.

"Temos uma agenda pactuada com líderes, com a equipe econômica. Como disse, todas as resistências estão na Câmara, mas temos um governo desarticulado, uma base desorganizada, e isso atrapalha", afirmou.

Ao falar sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro, Maia voltou a criticar o governo pela falta de planejamento. "Acredito que tenha sido feito sem planejamento, diagnóstico, orçamento. Tudo isso acabou sendo construído ao longo da intervenção até a semana passada. Só há duas semanas se votou o orçamento para que o interventor tenha a estrutura administrativa dele, para receber R$ 1,2 bilhão por falta dessa estrutura. faltou planejamento", declarou.