Publicado 18/07/2018 11:06
O Escola Sem Partido proíbe professores e alunos de discutir assuntos considerados controversos e que possam entrar em conflito com as convicções morais, religiosas e ideológicas dos estudantes e de suas famílias. O Projeto de Lei também prevê que sejam punidos os professores e demais integrantes da equipe escolar que deixem de afixar cartazes com as proibições previstas nos projetos de lei ou que permitam que os cartazes sejam retirados ou destruídos. Em declaração ao Painel Acadêmico, a presidenciável Manuela D’Ávila disse duvidar que o projeto seja implementado.
“Primeiro, eu acho que a sociedade brasileira vai derrotá-lo [o projeto], mas o perigo é a gente ter uma escola que eduque os filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras de uma forma diferente que os filhos dos ricos são educados. Porque as reformas propostas pela direita já criam dois tipo de escolas”, afirmou. Para a candidata do PCdoB, o projeto ajuda a criar uma desigualdade entre a educação dos mais pobres e mais ricos.
”Os filhos da classe média já tem filosofia, sociologia, aprendem matemática e português, mas também têm acesso ao que a humanidade produz de melhor indo aos museus, lendo livros, tendo tempo ocioso para poder ter contato e convívio com isso. O mais grave é a ideia de criar uma censura prévia ao que os professores dizem”, ela explica. Manuela afirmou também que o projeto é uma tentativa de omitir processos históricos e políticos do país.
"[O Escola Sem Partido] é uma tentativa de fazer com que as pessoas não contem o que aconteceu com os povos, com os processos políticos do nosso país, ou que apresentem uma versão que é de quem procura omitir os principais sujeitos da nossa história, que são as trabalhadoras e trabalhadores.