Temer apela às Forças Armadas para conter crise migratória em Roraima

Michel Temer autorizou, nesta terça-feira (28), as Forças Armadas agirem para conter o fluxo de venezuelanos em Roraima. No momento que o estado enfrenta uma crise migratória e a população responde com violência extrema, o governo apela para a força, ao invés de dar o suporte logístico e diplomático que a situação exige.

Venezuelanos em Roraima - Marcelo Camargo / Agência Brasil

Há poucos dias, um grupo de moradores de Roraima ateou fogo em barracas onde dezenas de venezuelanos recém chegados ao Brasil se abrigavam. Diferente do esperado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não agiu de forma a tentar acalmar os ânimos e manter a política de boa vizinhança com Caracas.

Pelo contrário, agora o governo envia as Forças Armadas para patrulhar a região. O decreto que entra em vigor nesta quarta-feira (29) tem validade de duas semanas, a princípio, até o dia 12 de setembro. Os militares estão autorizados a atuar nas faixas de fronteira norte e leste e também nas rodovias federais do estado.

De acordo com o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, o prazo de duas semanas do decreto poderá sem ampliado conforme avaliação do governo. Boa Vista e Pacaraima, fortemente afetadas pela crise, estão dentro da área de atuação dos militares.

De 2017 até junho deste ano, quase 130 mil venezuelanos chegaram ao Brasil, porém, mais de 60% já deixaram o território nacional. Em Boa Vista, capital de Roraima, vivem atualmente cerca de dois mil venezuelanos.

Os venezuelanos buscam melhores condições de vida no Brasil, e em outros países vizinhos, uma vez que a Venezuela enfrenta uma crise financeira e política orquestrada e financiada por interesses internos a fim de desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.

Vale destacar que, o governo bolivariano vem promovendo uma série de medidas para amenizar os impactos desta crise principalmente entre a população mais pobre. Há centros de distribuição de alimentos, o salário mínimo teve vários reajustes nos últimos meses e agora o presidente aposta em novas medidas econômicas para conter a inflação e valorizar a moeda nacional frente ao dólar.