Publicado 08/09/2018 11:54

Entrevistado pelo programa Central das Eleições, Mourão disse que uma declaração anterior, feita no ano passado, sobre as Forças Armadas "imporem uma solução" caso os poderes instituídos perdessem o controle, ele diz ter sido mal interpretado. Segundo ele, a declaração foi uma resposta "a uma pergunta hipotética numa palestra na loja maçônica lá em Brasília, realizada em setembro do ano passado. O perguntador, até meio que se enrolou, invocou o artigo 142, eu também não estava bem preparado para responder à pergunta naquele momento. Já era o último lance do debate. Mas ficou aquela ideia de que eu estava pregando um golpe militar. Essa foi a ideia que foi passada. E eu, em nenhum momento, preguei golpe militar".
Agora, ao falar em "autogolpe', Mourão também disse que esta é uma situação hipotética e que neste momento não existe uma situação de anarquia. "Temos tido turbulências, temos tido momentos aí que as coisas ficaram meio complicadas, mas não estamos chegando…", ressaltou o militar. "Eu respondi a uma hipótese, trabalhamos em cima de uma hipótese e eu tenho dito em todas as vezes, já me perguntaram esse assunto várias vezes, que era uma hipótese", completou.
Mais à frente, Mourão disse que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, falecido em 2015 e que foi o primeiro militar oficialmente reconhecido como torturador durante a ditadura militar chefiou o órgão de repressão política da ditadura (DOI-Codi) – foi "um herói" por ter matado militantes contrários ao regime militar.
"Meus heróis não morreram de overdose, e Carlos Alberto Brilhante Ustra foi meu comandante quando era tenente em São Leopoldo. Um homem de coragem, um homem de determinação e que me ensinou muita coisa. Tem gente que gosta de Carlos Marighella, um assassino, terrorista. Houve uma guerra ]no regime militar]. Excessos foram cometidos? Excessos foram cometidos. Heróis matam", afirmou.