Em montagem, campanha de Bolsonaro coloca sangue em camiseta

Durante toda a campanha, Jair Bolsonaro não costumava usar camiseta, muito menos com dizeres. Mas coincidentemente no dia em que foi vítima de um ataque a faca, estava usando uma camisa verde-amarela com o seguinte slogan: “Meu partido é o Brasil”.

bolsonaro

Agora, seu filho publicou nas redes a camisa do presidenciável com a parte inferior da roupa com um rasgão e manchada de sangue, coisa que não aconteceu, numa montagem produzida pela campanha do candidato abrindo um vídeo divulgado pelo PSL e pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), candidato ao Senado.

Flávio, que é filho de Bolsonaro, pede nas redes sociais que os apoiadores participem de um ato de apoio ao pai. No entanto, ele admitiu que se tratava de uma montagem e contou que a camisa verdadeira foi jogada fora no momento que ele chegou na Santa Casa de Juiz de Fora, porque os médicos tiveram que cortá-la para realizar uma cirurgia de emergência.

“Eu sou a favor da verdade. A população tem que entender quem são os intolerantes (…) Não tem problema nenhum. A gente sempre tratou dessa forma. Acho que é isso que o eleitor está buscando: alguém que faça política de uma forma verdadeira”, justificou Flávio sobre o uso da montagem.

Entre os aliados, a expectativa é que o episódio venha a fortalecer a campanha de Bolsonaro. “Tem que manter vivo na memória das pessoas. Se fosse um atentado ao boneco do Lula, óóó, estariam fazendo um drama monstruoso. Agora, quase mataram o sujeito e tentam minimizar. A gente não se faz de vítima, mas também não vamos deixar esquecer”, disse o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno.

A tática vem sendo aplicada. o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), outro filho de Bolsonaro, usou seu perfil no Instagram para publicar um vídeo sobre o ataque ao pai. “Soldado nosso não fica para trás”, diz o texto sobre imagens do presidenciável durante campanha em Juiz de Fora. A cena da facada aparece em seguida, ao lado da frase “soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde”, repetida à exaustão pelo próprio Bolsonaro.

Bolsonaro em campanha nos dias anteriores ao ataque: