Interpol suspende ordem de extradição de ex-presidente do Equador
A defesa do ex-presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta terça-feira (18) que a Interpol suspendeu “de forma excepcional” a ordem de extradição contra o político, após examinar argumentos dados pelos advogados do caso. Atualmente ele vive na Bélgica, onde é professor universitário, e é investigado pela justiça equatoriana, que pediu sua extradição.
Publicado 20/09/2018 11:17

Em entrevista à imprensa equatoriana, o advogado responsável, Christophe Marchand, disse que há “um problema institucional” além de indícios de que o processo legal viola os direitos fundamentais de Correa.
“Normalmente, em nível internacional, a Interpol recebe a demanda e a executa. Aqui não, porque há razões mais importantes”, disse Marchand, referindo-se ao Conselho de Participação. O jurista também disse que o órgão internacional esta “pressionando os juízes que supervisionam o caso”.
No mesmo dia, a juíza que monitora o caso suspendeu a audiência de pré-julgamento, onde o procurador-geral Paul Perez deveria apresentar provas contra o ex-presidente. A audiência foi adiada para esta sexta-feira (21), devido a erros técnicos nos arquivos do advogado geral.
O advogado equatoriano de Correa, Caupolican Ochoa, disse à imprensa que “o advogado geral não pode levar isso a julgamento”, além de afirmar que não “há provas” contra o ex-mandatário equatoriano.
Em sua conta pessoal no Twitter, Rafael Correa criticou a posição do procurador-geral, a quem atribuiu um “comportamento vergonhoso”, além de informar que a audiência no final da semana terá a presença de observadores internacionais.
Pedido de prisão
No dia 3 de julho passado, a justiça emitiu um pedido de detenção internacional contra Correa, que é acusado de participar da tentativa de sequestro do ex-deputado Fernando Balda, em 2012, na Colômbia.
Após se apresentar ao Consulado do Equador em Bruxelas, cidade em que vive atualmente, o ex-presidente foi surpreendido por uma petição do procurador Paul Pérez, que ordenou a detenção preventiva junto à Interpol.
Pérez chegou a pedir a emissão de um alerta vermelho face ao não cumprimento da ordem de comparecimento. O ex-presidente chamou ato de "perseguição" e "farsa".