“Ele não, e eles que não amam o Brasil também não!”, diz Manuela

A Praça da República, no centro de São Paulo, foi tomada por centenas de mulheres nesta terça-feira (25) no ato Primavera das Mulheres. Organizada pelo Comitê Nacional de Mulheres com Haddad e Manuela, que reúne movimentos populares e partidos da coligação “O Povo Feliz de Novo”, as mulheres realizaram uma caminhada pelas ruas do centro.

Manuela primavera das mulheres - CRIS RODRIGUES

“É Manu no Jaburu”, gritavam as manifestantes ao receber Manuela d’Ávila, em alusão à residência oficial ocupada pela vice-presidência em Brasília. Candidata à vice-presidência da República na coligação PT-PCdoB-Pros, Manuela enfatizou que não existe plano de desenvolvimento "se as mulheres não forem parte central".

“Nós somos mais da metade do Brasil. Não existe projeto de desenvolvimento do Brasil sem as mulheres, sem a valorização do nosso trabalho”, disse Manuela, reforçando a necessidade da revogação das reformas aprovadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

"Não existe desenvolvimento no Brasil se não revogarmos a PEC do teto de gastos que proíbe a ampliação e investimentos públicos, porque cada vez que o Estado falta na creche, na escola ou no posto de saúde são as mulheres deste país que respondem por essas ausências", salientou.

“Nós somos a primavera das mulheres, não só porque temos muitas mulheres de luta ao nosso lado, mas porque nós temos uma história de luta pela liberdade, da chave da casa na mão da mulher, do Bolsa Família na mão da mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Nós somos o projeto que liberta o povo brasileiro”, completou Manuela, ao lado do seu companheiro de chapa, Fernando Haddad, candidato a presidente.

Reforçando a campanha das mulheres nas redes sociais, Manuela disparou, ao final do discurso: "Ele não, e eles que não amam o Brasil também não!", em referência ao movimento de mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e o seu discurso misógino e machista que propõe menos direitos para as mulheres.

Haddad, por sua vez, endossou o discurso de Manuela e se comprometeu a retomar a agenda de políticas para mulheres, com a promoção da igualdade de gênero e do enfrentamento à violência.

“Essa tem que ser uma agenda constante na nossa campanha. Se eu já estava com muita vontade de promover políticas para mulheres um mês atrás, hoje a minha vontade está multiplicada por mil, em função do que está acontecendo na campanha eleitoral”, afirmou Haddad.

O presidenciável lembrou os enormes ganhos das mulheres na educação. “Eu venho de uma área em que o avanço das mulheres foi muito significativo. As mulheres passaram a ter uma presença muito significativa nas universidades. Nós tivemos um avanço tão grande que hoje as mulheres são a maioria nos cursos de graduação, inclusive os mais concorridos”, destacou.

Haddad reconheceu que essas políticas ainda não são suficientes. “Nós estamos aqui militando pela retomada de uma agenda que vinha muito bem, embora tardia. A pauta das mulheres avançou, mas nós ainda temos uma jornada muito grande pela frente. A primeira delas é buscar igualdade no mercado de trabalho. É papel do Estado garantir isso”, declarou.

Durante o ato foi lido o manifesto “Primavera das Mulheres – Mulheres com Lula, Haddad e Manu”. O documento denuncia o desmonte promovido pelo governo Temer e reivindica a retomada de políticas públicas. “Somos milhões e seguiremos florescendo, nas ruas e urnas”, garantem as mulheres no manifesto.