Mulheres de Varginha unidas contra Bolsonaro

A praça da Fonte em Varginha foi tomada pelas cores lilás e branca, fazendo referência à luta das mulheres e a paz.

Varginha

O protagonismo feminino em Varginha no ato do dia 29 de setembro, dedicado a se opor ao candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, recebeu o apoio de homens, crianças, integrantes dos conselhos CMDM, Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Varginha, Compir, Conselho Municipal da Igualdade Racial de Varginha, Codeva, movimentos religiosos, sindicais, estudantis, sociais, dentre eles Coletivo Feminismo Popular de Varginha, Coletivo LGBTQ de Varginha, Movimento Negro Mestre Ambrósio, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro.

Segundo as organizadoras, o objetivo do grupo que surgiu pelas redes sociais e hoje possui mais de 3.5 milhões de adeptas em todo o país, não é apoiar nenhum partido e todas as posições políticas são bem-vindas, desde que não votem no candidato do PSL.

O ato teve caráter apartidário, apesar da presença de militantes do PCdoB, PT, Psol e PCB que ignoraram momentaneamente as diferenças para marchar juntos contra Bolsonaro.

A praça da Fonte em Varginha foi tomada pelas cores lilás e branca, fazendo referência à luta das mulheres e a paz.

Voluntárias pacificadoras, treinadas para orientar o público em caso de manifestações violentas de indivíduos contrários aos objetivos do grupo, estavam espalhadas em toda a praça.

Atividades recreativas para as crianças foram monitoradas por professoras voluntárias que ajudaram na construção o ato.

A tag #elenão foi pronunciada durante tudo o evento reafirmando oposição ao candidato Jair Messias Bolsonaro.

O ato contou com atrações culturais de artistas locais, apresentação do Grupo teatro Matilda, as bandas Tuatha de Danann, Dessas e os cantores Michel, Léo, Gabriela Rabelo e João Eugênio, intercaladas com bandas foram feitas as intervenções pelos manifestantes.

As intervenções realizadas citaram desde propostas e reformas aprovadas que retiram direitos dos trabalhadores, estudantes e usuários de sistemas públicos os quais o deputado votou contra o povo, e a favor da reforma trabalhista, do congelamento dos gastos públicos, até as propostas que nunca foram apresentadas pelo deputado em 27 anos no legislativo do estado do Rio de Janeiro para amenizar a situação da segurança pública do estado.

Temas como racismo, homofobia, misoginia, armamento, também foram abordados.

De acordo com a professora Mônica Cardoso "apesar de elitista e conservadora a cidade de Varginha tem conquistado nos últimos anos um novo espaço de oposição a esse conservadorismo, um espaço de resistência que se encontra numa crescente, através do protagonismo das mulheres, movimentos sociais, sindicais e estudantis, que neste ato em especial agregou um público novo de cidadãos inconformados com a possibilidade de um retrocesso gigantesco ao país caso o candidato do PSL que faz apologia a violência chegue ao poder. Precisamos lutar para resgatar o processo democrático de nosso país que se encontra abalado após o golpe de estado e correndo o risco de piorar com a vitória de um governante fascista.

Segundo a professora assessora sindical e advogada Ana Maria "desde que surgiu o movimento mulheres contra Bolsonaro as pesquisas, mostram um aumento significativo de rejeição ao candidato" o levantamento Ibope mais recente afirma que 50% das mulheres não votariam em Bolsonaro.

No eleitorado masculino, esse índice é de 33%.

Os atos aconteceram em várias cidades no Brasil e em diversas metrópoles do exterior, representando o ápice até aqui da rejeição feminina contra Bolsonaro.