Em Pernambuco, dia de Luta contra os retrocessos do governo Bolsonaro

Pela primeira vez na história do Brasil os trabalhadores se unirão em torno de uma data mundialmente simbólica para a classe. As dez centrais sindicais brasileiras se juntaram para realizar amanhã o 1º de Maio Unificado, com pauta única: Contra a Reforma da Previdência, a entrega da soberania nacional e contra os retrocessos promovidos pelo governo Bolsonaro e seus aliados. Uma agenda que visa ainda combater a retirada de direitos da classe trabalhadora.  

Em Pernambuco, dia de Luta contra os retrocessos do governo Bolsonaro - Divulgação

Em Pernambuco estão previstas atividades em vários municípios do estado. No Recife será realizado um grande ato público, na Praça do Derby, a partir das 9h.

“Para a CTB, a unidade dos trabalhadores é um fator determinante para que possamos derrotar o governo Bolsonaro e sua política de desmonte do Estado e de retirada de direitos dos trabalhadores. Em função disso, a CTB convoca todos os trabalhadores para amanhã (quarta-feira), a partir das 9h, no Derby, para fazermos uma grande manifestação referente ao Dia dos Trabalhadores, um dia de luta, um dia de combate ao liberalismo e ao desmonte do estado”, afirmou o presidente da CTB Pernambuco, Helmilton Beserra (foto).

Na última sexta-feira (26), a Comissão Política nacional do PCdoB divulgou resolução sobre o Dia Internacional do Trabalhador. Em trecho do documento convoca os partidos democráticos e progressistas a se unirem às centrais sindicais e aos movimentos sociais nos atos políticos que acontecem nesta quarta-feira (1º) em todo o país.

“Este Primeiro de Maio, além do brado em defesa da aposentadoria, do emprego, da retomada do desenvolvimento, contra a desnacionalização da economia e a desindustrialização do país, terá como marca a defesa da democracia, da restauração do Estado democrático, que seguem sob ataque, sob a mira do governo autoritário de Bolsonaro”, diz o texto.

Greve geral

“Essa mobilização e unidade são fundamentais para barrar a reforma da Previdência e, por isso, é importante a realização de grandes atos do 1º de maio no Brasil inteiro. Estamos construindo a greve geral e a realização de atos em diversas cidades é mais um passo de unidade, que será decisiva para barrar os retrocessos contra a classe trabalhadora, em especial a reforma da Previdência que está sendo tramada pelo governo Bolsonaro no Congresso Nacional” destacou o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha.

Além das centrais sindicais, os atos do 1º de Maio contam também com o apoio e convocatória das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem ainda partidos e movimentos populares de todo o país. O 1º de Maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, este ano também será um marco para indicação de uma grande greve geral, que terá sua data definida a partir da reunião com as centrais sindicais. O ato unificado de amanhã reforçará a paralisação nacional da educação marcada para o dia 15 de maio.

A "reforma"

A reforma que Bolsonaro diz que quer fazer para combater privilégios praticamente acaba com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores, e atinge em especial os rurais e os mais pobres. Se o Congresso Nacional aprovar o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 006/2019, além da obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, o valor das aposentadorias será drasticamente rebaixado. Para ter acesso ao benefício integral, os trabalhadores e trabalhadoras terão de contribuir por, pelo menos, 40 anos.

Do Recife, Audicéa Rodrigues, com informações da CTB-PE e da CUT-PE.