A revolução industrial chinesa

País escapou da armadilha da renda média? Alibaba, WeChat, Huawei, Xiaomi, Baidu.

Por Paulo Gala – Money Times

A ideia da China como indústria da cópia barata e da mão de obra “escrava” está bem longe da realidade! A China já começa a disputar a liderança em tecnologias da informação e comunicação (Huawei, Xiaomi e ZTE), trens de alta velocidade (China South Locomotive, Rolling Stock), energias renováveis (Trina Solar e Yingli Green Energy), energia solar e eólica (Goldwind, United Power e Ming Yang) e supercomputadores (Sunway Systems).

A formação desses grandes conglomerados acompanhou o surgimento de empresas em segmentos não tradicionais, como a Baidu (Google chinesa), a Tencent (que fez o WeChat, WhatsApp chinês), a Alibaba (Amazon chinesa) e Didi (Uber chinês). Terá a China dado o salto final rumo a sofisticação produtiva e enriquecimento?

O governo chinês sempre ajudou as empresas de seu país, especialmente as ligadas à tecnologias da informação mais recentemente. Pequim oferece incentivos fiscais para fabricantes de smartphones domésticos e padrões ambientais e trabalhistas relaxados. A criação da zona especial de exportação de Shenzen foi um marco no desenvolvimento chinês.

Uma antiga vila de pescadores com 100mil habitantes hoje abriga 15 milhões de pessoas na fronteira tecnológica mundial! 80% dos empresários produtivos chineses de Shenzen eram camponeses médios no início das reformas econômicas. Como s Inglaterra da revolução industrial, a China é uma “produtora de produtores” com uma característica: são cada vez mais sofisticados em suas cadeias produtivas.