Policiais lutam por aposentadoria e tacham Bolsonaro de traidor

 “Bolsonaro, traidor”. Essa foi a palavra de ordem na vigília promovida por um ruidoso grupo de dirigentes sindicais de várias categorias de trabalhadores da área de Segurança Pública, encerrada às 23 horas na segunda-feira (1/07), no Salão Verde do Congresso Nacional, em Brasília. 

Policiais Civis se manifestam conta a reforma da previdência

 Claudio Machado*

Ontem eles realizam um ato público na Esplanada dos Ministérios, em defesa da aposentadoria na área policial. Representantes das Polícias Civil, Federal, Rodoviária Federal e Guardas Municipais pressionam os parlamentares para terem atendidas suas reivindicações inseridas no projeto de reforma da Previdência, em tramitação na Câmara dos Deputados.

Eles querem isonomia no tratamento previdenciário entre os operadores da segurança pública civis com os militares e rejeitam a diferenciação inserida no projeto do governo, que beneficia os militares. “O risco é o mesmo, as mortes em serviço também, os familiares sofrem de igual forma, e ficamos adoecidos na função do mesmo modo”, ponderam os dirigentes sindicais.

 “Caso não sejamos atendidos, podem esperar que o caldo engrossa”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), Humberto Mileip, ao participar do evento, que reuniu, também, Jomar Assis, da Associação dos Agentes de Polícia Civil no Estado, Thomáz Altoé, presidente da Associação dos Escrivães (Aepes), e Átila Vieira, também do Sindipol.

Para Humberto Mileip, o presidente Bolsonaro, que foi eleito pela força de segurança pública, "está tirando os direitos dos policiais, tirando a aposentadoria, tirando o direito de quem coloca todos os dias sua vida risco em prol do cidadão".

“Nós fizemos campanha para moralizar o Brasil. Nós lutamos para não sacrificar o Brasil e não seremos o cordeiro deste governo, que foi eleito graças à Lava Jato, graças às investigações, graças à segurança pública”.

André Gutierrez, presidente da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (Cobrapol), que integra a União dos Policiais do Brasil (UPB), quer reduzir os impactos da mudança legislativa. Argumenta que há uma diferença de tratamento entre as forças de segurança pública e que vários aspectos estendidos às Forças Armadas deveriam também ser aos policiais do segmento civil.

Outro ponto é quanto à regra de transição. O governo entende não ser possível apresentar um pedágio para o tempo restante, uma vez que a idade mínima dos servidores do segmento está abaixo dos demais trabalhadores.

Atualmente, para os agentes se aposentarem com benefício integral, não é exigida idade mínima, mas 30 anos de contribuição e 20 anos, no mínimo, na função policial. A proposta do governo prevê a integralidade às carreiras desde que os profissionais tenham, no mínimo, 55 anos de idade e 40 de contribuição, além de 25 anos no cargo.