Em reunião dos BRICS, Brasil se opõem a Rússia e China sobre Venezuela

O evento reunirá líderes das relações exteriores dos cinco países membros do grupo; enquanto Putin defende o presidente constitucional Nicolás Maduro, Bolsonaro apoia o gholpista Guaidó.

BRICS

A crise venezuelana, decorrência do cerco do regime norte-americano, deverá voltar a ser pauta de autoridades estrangeiras, com a tradicional falta de consenso. Nesta sexta-feira, 26, os cinco ministros das Relações Exteriores dos países que compõem os BRICs irão participar de uma reunião no Rio de Janeiro que visa estreitar as relações políticas entre Brasil, Rússia, Ìndia, China e África do Sul. A informação é do site da revista Exame. 

Segundo a assessoria de imprensa do ministério das Relações Exteriores brasileiro, a agenda temática do evento é livre, mas a expectativa é que os ministros toquem em assuntos de ordem política, como a reforma da ONU, além de questões de segurança internacional, o que certamente embarcará a crise venezuelana. Uma divisão é clara: enquanto o governo de Vladimir Putin é o maior defensor de Nicolás Maduro, o de Jair Bolsonaro apoia o golpista Guaidó.

Ajuda humanitária

Em junho, durante a cúpula do G20, Bolsonaro admitiu que evitou falar sobre o impasse venezuelano para evitar desavenças. Entre os membros do BRICS, o Brasil é o único que firma o pé para defender o autoproclamado presidente golpista Juan Guaidó. Se Índia e África do Sul mantêm certa neutralidade sobre o tema, China e Rússia não só apoiam a defesa da lçegalidade democrática na Venezuela como também ajudam o país com ajuda humanitária.

Nesse cenário, o mais provável, e o que mais se espera, é que o governo recorra à diplomacia e fuja de polêmicas, o que poderia atrapalhar as relações bilaterais com o parceiro comercial número um do Brasil, a China, e com a Rússia. Somente este ano, os negócios com a potência asiática já renderam cerca de 12 bilhões de dólares para a balança comercial brasileira.

Embora o mesmo não se dê com a Rússia, que mais vendeu do que comprou do Brasil até agora, o país também é um importante aliado, com um comércio bilateral que movimenta cerca de 5 bilhões de dólares anualmente.