Esquerda francesa se une em mobilização contra reforma da Previdência

As principais lideranças da esquerda francesa se uniram nesse domingo (5) em apoio à mobilização contra o projeto de reforma da Previdência. Os representantes dos principais partidos deixaram suas diferenças de lado e assinaram uma tribuna conjunta que coincide com a entrada do movimento em seu segundo mês.

Jean-Luc Mélenchon, da França Insubimissa, é um dos signatários do texto em apoio ao movimento que contesta a reforma da Previdência na França. REUTERS/Benoit Tessier

Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubimissa, Olivier Faure, do Partido Socialista, Fabien Roussel, do Partido Comunista Francês, e o ecologista Julien Bayou são alguns dos 65 nomes de personalidades que assinaram um texto conjunto publicado no Journal du Dimanche. Deputados europeus, como Raphaël Glucksmann, senadores, como Esther Benbassa, ou ainda Olivier Besancenot, porta-voz da extrema esquerda, também fazem parte da lista.

“Pedimos a retirada do projeto apresentado pelo primeiro-ministro para que sejam abertas, sem demora, verdadeiras negociações com as organizações sindicais”, escrevem os signatários. Eles pedem “um sistema de aposentadoria plenamente justo e solidário, que leve progresso para todos e todas, que não aumente os anos de trabalho”.

Além dos políticos, a tribuna também conta com a assinatura de artistas, como a atriz Josiane Balasko, sociólogos e pesquisadores. Segundo eles, o projeto de reforma da aposentadoria “não é aceitável, pois ele representa um retrocesso dos direitos”.

As negociações entre o governo e os sindicatos estão em ponto morto desde o início do recesso de fim de ano. A partir de terça-feira (7), novas discussões estão previstas.

No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, indicou durante a sua mensagem de fim de ano que a reforma entrará em vigor, independentemente dos protestos. Uma nova jornada de greve geral já foi anunciada para a próxima quinta-feira (9).

Um dos pontos mais rejeitados proposta é a alteração da idade mínima para a aposentadoria plena que passaria de 62 para 64 anos. Outro tema sensível é o possível fim dos regimes especiais, que beneficiam algumas categorias profissionais.

Uma pesquisa de opinião divulgada neste fim de semana aponta que 44% dos entrevistados apoiam a mobilização contra o projeto de reforma da Previdência. Na mesma linha. 55% dos entrevistados são contra a implementação da reforma.

Fonte: RFI