Governo tira da economia R$ 8,9 bi sem aumento real do salário mínimo

A perda é tão forte que Bolsonaro já cogita reconsiderar o reajuste ínfimo que concedeu ao salário mínimo no dia 31 de janeiro, levando o valor de R$ R$ 998 para R$ 1.039, “aumento” que sequer cobriu a inflação.

(Reprodução)

Se fosse mantida a regra de valorização real implantada pelos governos do PT, o novo salário mínimo seria de R$ 1.059 — R$ 20 a mais do que o valor vigente neste mês de janeiro.

O abandono das regras que valorizavam a remuneração dos mais pobres não está apenas tirando pelo menos R$ 260 por ano do bolso de quem recebe salário mínimo. Quem perde é a economia como um todo, privada de R$ 8,9 bilhões que deixarão de movimentar comércio, consumo e produção—e a geração de empregos.

Ao longo de 2020, 49 milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS arcarão com os prejuízos do fim da política de valorização do mínimo.

​Até Bolsonaro sabe

Segundo os jornais desta quarta-feira (15), Bolsonaro quer “esticar” a correção do mínimo em mais R$ 6, para repor a perda inflacionária. Ainda assim, esse novo mínimo de R$ 1.045 seria R$ 14 mais magro do que o resultado das regras adotadas no tempo dos governos do PT—uma perda de pelo menos R$ 182 ao ano.

Em busca do mecanismo
Segundo a Folha de S. Paulo desta quarta-feira, na hora de fazer bondade — ou meia — o Bolsonaro e sua turma se atrapalham. O novo reajuste do salário mínimo “criou um impasse jurídico no governo”, pois ainda não teria sido encontrado o mecanismo para implementar a medida.

PT no Senado