Coronavírus: Doria eleva o tom e acusa Bolsonaro de “perversidade”

Para tucano, presidente não respeita as famílias que perderam pessoas para a Covid-19

Acusado por Jair Bolsonaro de ser corresponsável pelas mortes por coronavírus no estado de São Paulo, o governador paulista, João Doria (PSDB-SP), elevou o tom e criticou duramente o presidente. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo estadual), o tucano afirmou que Bolsonaro age com “perversidade” e não respeita as famílias que perderam pessoas para a Covid-19.

“Posso enumerar algumas atitudes que você poderia ter tomado e não adotou. Essa é a resposta, fazendo o que você não fez”, afirmou Doria. “Comece respeitando os brasileiros, respeitando pais, mães, avós que perderam pessoas para o coronavírus, que você classificou como resfriadinho, que não era importante.”

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrava, até a tarde desta terça-feira (28), 71.886 casos confirmados de Covid-19, além de 5.017 mortes em decorrência da doença. No estado de São Paulo, são 24.041 infectados e 2.049 óbitos.

“Que respeite o luto de mais de 5 mil famílias que perderam seus entes queridos e que hoje estão sepultados. Respeite os médicos, os enfermeiros, os profissionais de saúde. Ao contrário do senhor, que vai treinar tiro, eles estão trabalhando para salvar vidas, proteger pessoas”, disparou Doria. “Pare com essa política da perversidade, de atrapalhar quem está salvando vidas. Pare de fazer política em meio a um país que chora mortes”.

O governador também lembrou a insinuação irresponsável de Bolsonaro segundo a qual o coronavírus só provocava um “resfriadinho”, uma “gripezinha”. Até o momento, o presidente não se retratou. “Você disse que o Brasil estava vivendo uma gripezinha. E agora, presidente? Diante de mais de 5 mil mortos, você continua afirmando que o país está vivendo pandemia de um resfriadinho?”, questionou Doria.

O estado de São Paulo está em quarentena desde 24 de março e recomenda o isolamento social, lidando com uma meta de 70% para que o sistema de saúde tenha capacidade de atender aos pacientes com Covid-19. A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo está em 85%. Em todo o estado, é de 68%. A adesão ao isolamento na terça-feira (28) foi de 48%, abaixo do mínimo recomendado de 50%

Da Redação, com agências

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