Sindicatos protestam contra plantão de trabalhadores da educação

Trabalhadores da educação protestaram contra obrigação de fazer plantão em escolas fechadas, tendo que circular em meio à pandemia de covid-19

Protesto do sindicato de professores

Trabalhadores da educação municipal da capital paulista protestaram na segunda-feira (11) contra a obrigatoriedade de fazer plantões em escolas fechadas, sendo obrigados a circular pela cidade em meio à pandemia de coronavírus. As Instruções Normativas 13 e 15, da Secretaria da Educação, determinam que parte dos profissionais deve ficar nas escolas durante todo o horário de funcionamento. Mesmo que não haja nenhum tipo de atendimento a estudantes, famílias ou comunidade.  

Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), nove trabalhadores da educação morreram de covid-19. “É um ato em memória dos trabalhadores, e também um ato de denúncia contra o governo do prefeito Bruno Covas (PSDB). Há um descaso com as condições de trabalho. E com a obrigação de trabalhadores que não executam serviços essenciais de se deslocar pela cidade, desrespeitando a lógica do isolamento social. Os trabalhadores são tratados como descartáveis pela prefeitura”, disse o presidente da entidade, Sérgio Antiqueira.

A Secretaria da Educação justifica a necessidade de plantões dos trabalhadores da educação em meio à pandemia de covid-19 por obrigações administrativas de cada escola. Entre elas cita apontamentos para pagamento de salários, recebimentos de materiais e dos cartões de alimentação escolar devolvidos pelos Correios e posterior contato com as famílias.

Também relacionam os plantões com ações locais realizadas pela Secretaria Municipal da Saúde, como campanhas de vacinação e ações de enfrentamento do coronavírus. O sindicato estima em 18 mil o número de trabalhadores da educação que precisam circular todos os dias.

Injustificável

O Sindsep avalia que tais medidas não justificam a imposição de plantão diário. “São servidores da educação obrigados a se deslocar diariamente, para ir a locais que estão fechados, sem atendimento à população. Trabalhadores se expondo ao risco para cumprir função nenhuma, para cuidar do patrimônio da escola. Isso não é papel de diretor, de agente de apoio, de analista de esporte ou bibliotecário. Queremos que os trabalhadores dos serviços essenciais tenham EPI de qualidade, em quantidade suficiente. Mas a segurança dos profissionais dos serviços não essenciais se dá com teletrabalho”, afirmou Antiqueira.

Publicado em Rede Brasil Atual

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