Mesmo frustrado, Teich não fala sobre divergências com Bolsonaro

O ex-ministro não falou sobre a principal divergência com o presidente Bolsonaro que o queria recomendando o uso dacloroquina para o tratamento da covid-19

(Foto: Reprodução)

Após pedir demissão do cargo, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, convocou uma coletiva para falar sobre a sua saída do governo. No entanto, ele fez apenas uma curta fala de despedida e evitou responder perguntas. Depois de afirmar que a vida é feita de escolhas e que escolheu sair, Teich disse que não aceitou o convite para ser ministro em razão do cargo. “Eu aceitei porque achava que poderia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas”, afirmou, revelando sua frustração por não conseguir fazer muita coisa nos 29 dias em que esteve ministro.

O ex-ministro não falou sobre a principal divergência com o presidente Bolsonaro que o queria recomendando o uso do medicamento cloroquina para desde o início do tratamento da Covid-19. Teich foi chamado nesta sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, por Bolsonaro para tratar sobre o assunto.

Na live desta quinta-feira (14), Bolsonaro mandou um recado para o então ministro: “Acho que amanhã o Nelson Teich dá uma resposta pra gente. Acho que vai ser pela mudança do protocolo para que se possa aplicar [cloroquina] a partir dos primeiros sintomas”.

Outro desentendimento se deu na edição do decreto que ampliou as atividades essenciais no período da pandemia e incluiu salões de beleza, barbearia e academias de ginástica. Na ocasião, Teich afirmou sequer ter sido informado da decisão do presidente. Além disso, eles também discordaram sobre os detalhes do plano com diretrizes para a saída do isolamento. O presidente defende uma flexibilização mais imediata e ampla.

Coletiva

Na entrevista, o ex-ministro falou sobre o breve período em que ocupou a pasta da Saúde. “Dei o melhor de mim neste período. Não é simples estar à frente de um ministério como esse num momento difícil. Quero agradecer o meu time, que sempre trabalhou intensamente por esse país”, disse.

Sobre Bolsonaro, apenas agradeceu a oportunidade de ocupar o cargo de ministro da Saúde. “Eu agradeço ao presidente a oportunidade que me deu de fazer parte do Ministério da Saúde. Isso era uma coisa muito importante para mim. Seria muito ruim não poder atuar no ministério pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Eu nasci graças ao serviço público, minhas escolas foram públicas, minha faculdade foi pública, residências públicas”, declarou.

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