Federação Árabe Palestina manifesta apoio à ruptura com Israel e EUA

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), diante da decisão da liderança do Estado Palestino de tornar sem efeito os acordos com Israel e EUA, emitiu nesta quarta-feira (20) uma nota onde diz que o anúncio foi “recebido com alegria pela FEPAL (sua direção e comunidades), é digno e acertado (…) Não era mais possível manter os compromissos internacionais, notadamente aqueles sob a moldura de Oslo, quando apenas os palestinos os observavam, enquanto que o lado israelense não cessou suas violações”. Leia, abaixo, a íntegra da nota.

FEPAL apoia integralmente as rupturas da Palestina com Israel e EUA

A diáspora árabe palestino-brasileira, representada nacionalmente por esta Federação Árabe Palestina do Brasil – FEPAL, recebe com regozijo a decisão da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de tornar sem efeito todos os acordos com Israel e EUA, à luz da anunciada anexação de amplas áreas da Cisjordânia, primeiro desdobramento do malfadado “Acordo do Século”, que se soma aos ataques aos refugiados palestinos e a seu direito de retorno, à anexação de Jerusalém, à relativização da ilegalidade dos assentamentos em terras palestinas confiscadas, para citarem-se poucas das recentes agressões ao povo palestino.

O anúncio, recebido com alegria pela FEPAL (sua direção e comunidades), é digno e acertado, razão pela qual lhe damos total e irrestrito apoio, dirigido especialmente à liderança de Mahmmud Abbas, presidente da OLP e do Governo do Estado da Palestina, extensível a todas as forças da resistência e suas lideranças.

Não era mais possível manter os compromissos internacionais, notadamente aqueles sob a moldura de Oslo, quando apenas os palestinos os observavam, enquanto que o lado israelense não cessou suas violações, bem como ingressou na implementação de agravantes que tornam impossível a solução de dois estados, preconizada pelos acordos, com a capital da Palestina em Jerusalém, fronteiras definitivas e seguras, retorno dos refugiados, dentre outras premissas acordadas e tornadas resolução da ONU, inclusive chanceladas por seu Conselho de Segurança.

Oslo morreu e sua morte tem por algozes Israel e os EUA. A Palestina se retira não de um acordo, mas do simulacro em que se tornou, uma máscara por meio da qual escondia-se a ocupação, a limpeza étnica, o genocídio, a eliminação da Palestina enquanto projeto nacional e de restauração dos direitos nacionais, civis e humanitários palestinos, todos à luz do Direito Humanitário e inalienáveis frente à Carta das Nações Unidas.

Mas se Israel e EUA mataram Oslo, a paz não morreu. Esta é um objetivo estratégico, que interessa sobremaneira aos palestinos, mas também deve ser compreendido como necessário a todos que creem-se vivendo na região em paz e segurança. Esta paz, entretanto, não será alcançada à custa dos direitos do povo palestino.

Diante dos crimes de Israel e de seu protetor e mantenedor, os EUA, acerta a liderança palestina em não compactuar com suas manipulações. É imperioso que se busquem todos os demais atores, regionais e globais, notadamente os demais integrantes do Conselho de Segurança da ONU, para que a paz seja alcançada e nela restabelecidos os direitos palestinos. É chegada a hora de a Comunidade Internacional parar Israel e seus crimes, todos de lesa humanidade, todos um grave precedente à humanidade.

Viva a OLP. Viva a Palestina livre e soberana, com Jerusalém sua capital, com seus refugiados retornados, com seus sequestrados políticos livres das prisões da ocupação. Não Esquecemos. Voltaremos.

Palestina Livre a Partir do Brasil, 19 de maio de 2020.