Maioria rejeita garimpos e redução de reservas indígenas
Entre participantes de pesquisa Febraban/Ipespe, 86% rejeitam a autorização de garimpo em terras indígenas e 67% são contrários à redução das reservas indígenas na Amazônia.
Publicado 27/08/2020 16:37 | Editado 27/08/2020 18:32

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Observatório Febraban revela que 83% dos brasileiros não estão satisfeitos com os esforços para preservar a Amazônia.
Parcela elevada da população culpa o governo de Jair Bolsonaro tanto quanto os madeireiros pelo desmatamento ilegal: para 70%, o governo tem “muita responsabilidade”, enquanto 69% dizem o mesmo dos madeireiros.
Além disso, 86% rejeitam a autorização de garimpo em terras indígenas e 67% são contrários à redução das reservas indígenas na Amazônia. Conduzido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), o levantamento ouviu 1,2 mil pessoas em todas as regiões do país entre 11 e 19 de agosto.
Embora um percentual elevado de participantes culpe o governo federal pelo desmatamento ilegal, também é atribuída responsabilidade a governadores: para 67% dos consultados, os governos estaduais devem ser “muito” responsabilizados pelo desmatamento. Um total de 66% citou ainda os fazendeiros e 65% os garimpeiros.
As lideranças indígenas têm 73% de aprovação na preservação da floresta, com a imagem mais positiva. O percentual de aprovação do Exército é 69%. Em terceiro lugar, com 62%, estão as igrejas. A aprovação ao governo federal fica 23 pontos abaixo dos indígenas e 12 pontos abaixo das igrejas, em 50%.
Sobre as consequências do desmatamento, a ameaça à biodiversidade é considerada a mais grave (34%), seguida das mudanças climáticas em geral (25%). A alteração do regime de chuvas no Brasil é o efeito nocivo mais relevante para 11% dos pesquisados. Danos à imagem do Brasil no exterior (11%) aparecem com maior relevância que receio de fuga de investimentos (6%).
A maioria concorda com o direito de pressão da comunidade internacional pela preservação da floresta (54%) considerando ser “uma questão que afeta o mundo inteiro”.