Exportações puxam o preço do arroz

Um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP) mostra que o preço do arroz produzido no Brasil mais que triplicou de janeiro de 2010 até o final de agosto.

O valor da saca de 50 kg, vendida pelos produtores, subiu bem além da inflação do período. Em dólares, o preço do arroz caiu 0,8% no mesmo período. O encarecimento do arroz para os consumidores nos últimos meses está relacionado à desvalorização do real frente à moeda norte-americana. Com o dólar num patamar mais elevado, os produtores tendem a exportar mais. Isso diminui a oferta no mercado interno e contribui para a alta do preço. A informação é do site Poder360.

A exportação de arroz bateu recorde em 2020. Até 31 de agosto, mais de 1 milhão de toneladas foram vendidas para o exterior. Já o volume importado caiu 17,2% no último ano. O governo federal zerou as taxas de importações do produto e também definiu critérios para a isenção. A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) assegurou  que não faltará arroz nos supermercados.

A Venezuela é a maior compradora do arroz brasileiro neste ano. O país adquiriu 246,4 mil toneladas até 31 de agosto –ou seja, 21,4% de todo volume exportado no período. Na comparação por valores, a Venezuela se mantém na dianteira. Comprou US$ 83 milhões em arroz do Brasil. Peru, Senegal e Costa Rica são os próximos países que mais gastaram com importações de arroz.

Os dados acima foram obtidos pela Comex Stat, a plataforma do Ministério da Economia que detalha importações e exportações do Brasil. O levantamento do Poder360 considera a categoria mais ampla de arroz, que agrupa os demais subtipos.