Cuba e Irã estabelecem cooperação e EUA reagem com fúria

Países dialogaram para fortalecer sua aliança em Havana, num encontro de seus chanceleres.

“Muito feliz de estar aqui para discutir nossa cooperação (…). Irã e Cuba têm enfrentado as pressões dos Estados Unidos, pressões que só podem ser consideradas como um terrorismo econômico”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mahammad Javad Zarif, ao saudar seu homólogo cubano, Bruno Rodríguez, em um encontro realizado no salão de protocolo do Laguito (oeste de Havana).

No início da visita a trabalho feita à ilha, Zarif anunciou a cooperação entre os dois países “em todas as áreas, principalmente nos campos da energia, ciência e tecnologia, não serão afetadas por essas sanções” do regime dos Estados Unidos.

Por sua vez, o chefe da diplomacia cubana destacou que a visita de Zarif “é uma ocasião importante para continuar aprofundando nosso diálogo político de alto nível e promovendo laços econômicos, comerciais, de cooperação, culturais, científicos e acadêmicos”. Rodríguez reiterou a condenação do seu país “às medidas coercitivas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos à irmã República do Irã”, e defendeu seu “direito ao uso pacífico da energia nuclear.

Antes do diálogo dos chanceleres, o jornal cubano Granma adiantou que o encontro seria marcado pela “solidariedade mútua entre ambas as nações, diante da intensificação das sanções do atual governo dos Estados Unidos a países que não respondem a sua vontade”. O jornal também informou que o ministro das Relações Exteriores iraniano “discutirá possíveis laços comerciais e de cooperação” com o vice-primeiro-ministro Ricardo Cabrisas. Segundo o Granma, depois de encerrada a visita a Cuba, o chanceler iraniano “participará da posse do presidente eleito boliviano, Luis Arce, no próximo domingo”.

Antes da chegada de Zafir a Cuba na noite de quinta-feira, procedente de Caracas, a embaixada dos Estados Unidos em Havana reagiu furiosamente com um tuíte do subsecretário de Estado Michael Kozak. “Zarif do Irã e o regime de Castro têm muito em comum: abusos dos direitos humanos, autoritarismo, roubo de riquezas da Venezuela e disseminação de sua influência maligna pelo mundo. Suas relações refletem sua falta de legitimidade”, vociferou.