Biden sinaliza redução suave do bloqueio a Cuba

EUA podem diminuir restrições a viagens, investimentos e remessas

Depois que a gestão Donald Trump agravou, nos últimos quatro anos, o criminoso bloqueio norte-americano a Cuba, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja aproximar seu país de relações mais normalizadas com Cuba. Embora não se comprometa com o fim das restrições, Biden sinaliza uma redução suave do bloqueio, revertendo muitas das sanções e regulamentações impostas por Trump.

Entre as iniciativas em estudo no Partido Democrata – que voltará à Casa Branca em janeiro –, está a diminuição das exigências para viagens, investimentos e remessas. Na visão de auxiliares de Biden, tais restrições prejudicam desproporcionalmente americanos e cubanos comuns. Se do ponto de vista econômico haverá um provável relaxamento, o futuro presidente persistirá na ingerência política, sob a fachada de “defesa dos direitos humanos”.

A cartilha é a mesma que Biden ajudou a defender no governo Obama (2009-2017), quando era vice-presidente. Foi em meio àquela gestão do Partido Democrata que Washington e Havana restabeleceram laços diplomáticos rompidos por décadas após a ascensão de Fidel Castro, Che Guevara e outros revolucionários ao poder.

Desta vez, porém, a economia cubana sofre sua pior crise desde o colapso da União Soviética, devido aos impactos da pandemia de Covid-19 e das injustas sanções dos EUA. Biden, ao mesmo tempo, terá uma agenda doméstica atribulada – o que pode retardar a implantação de uma nova política em relação a Cuba. A própria quarentena decorrente da Covid-19 pode atrasar os benefícios de qualquer medida que permita mais viagens para a ilha.

Em outubro, Biden disse que os EUA precisavam de uma nova política em relação a Cuba. Mas há outros impasses nessa transição. Segundo a agência Bloomberg, não está claro se Biden aumentará o quadro de funcionários da embaixada dos EUA em Havana. No governo Trump, as operações diplomáticas foram reduzidas.

Além disso, a Flórida é um fator complicador. Embora assessores de Biden tenham criticado as políticas latino-americanas de Trump – por serem fortemente influenciadas pelo oportunismo eleitoral –, eles ainda enfrentam uma realidade preocupante: o Partido Democrata terá uma estreita maioria na Câmara dos Representantes em 2022. Qualquer alívio da pressão sobre Cuba e Venezuela, sem obter concessões significativas, pode gerar rejeição nas urnas. Por isso, as flexões ao bloqueio podem ser condicionadas a chantagens diplomáticas – o que Cuba não aeitará

Com informações da Bloomberg

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