PIB chinês acelera, sobe 6,5% no 4º trimestre e fecha em 2,3% em 2020

Para 2021, a projeção é de uma alta de 7,9% do PIB da China e de 4% na economia global

Única grande economia do mundo a evitar contração em 2020 – mesmo em meio à pandemia global de Covid-19 e às tensas relações com os Estados Unidos no comércio e em outras frentes –, a China registrou um crescimento de 2,3% no ano. O índice foi medido pelo Departamento Nacional de Estatística chinês em termos reais (excluindo-se flutuações de preços). Segundo o órgão, o Produto Interno Bruto (PIB) do país acelerou especialmente no quarto trimestre, quando subiu a uma taxa de 6,5%.

Ao adotar rigorosas medidas de combate ao novo coronavírus, o governo chinês, liderado desde 1949 pelo Partido Comunista (PCC), conteve a Covid-19 muito mais rápido do que a maioria dos países. A economia se recuperou continuamente da queda de 6,8% nos três primeiros meses de 2020, quando o surto de Covid na cidade de Wuhan se tornou uma epidemia. Além disso, a crescente produção nas fábricas, para fornecer produtos a muitos países, ajudou a turbinar a economia.

Embora seja o menor crescimento anual da China desde 1976, a atividade econômica está em expansão. Antes do aumento de 6,5% no trimestre final de 2020, o PIB já havia crescido 4,9% no terceiro trimestre e 3,2% no segundo. Com isso, a economia chinesa retornou ao nível pré-Covid. Em 2019, seu avanço foi de 6,1%.

No geral, a alta de 2020 foi impulsionada pelo efeito favorável do investimento e do consumo. Além disso, a recuperação precoce – e singular – da China frente à pandemia e a retomada subsequente do trabalho permitiu a forte retomada da produção industrial, o que contribuiu para a demanda por seus produtos industriais.

O país contabilizou um superávit comercial recorde no ano passado, com crescimento de 3,6% das exportações. Essa sólida expansão reduziu a necessidade de maiores medidas de estímulo. Na opinião de economistas da Nomura, Pequim normalizará sua posição em política monetária em 2021.

Ao todo, a produção industrial da China subiu 2,8% no ano passado, puxada pelo setor manufatureiro – especialmente a produção de robôs industriais, veículos elétricos, circuitos integrados e microcomputadores. A incorporação imobiliária cresceu 7% e, junto a setores de alta tecnologia, como o farmacêutico, incrementou os investimentos em ativos fixos em 2,9%.

As vendas de produtos de consumo no varejo caíram 3,9% – lockdowns e outras medidas de controle de propagação da pandemia deprimiram esses gastos. A retração foi mitigada por um crescimento de 15% das vendas do varejo on-line, que responderam por 25% do total das vendas no varejo, comparativamente aos 4% de 2019.

Desenvolvimento robusto

A preços constantes, o PIB chinês alcançou um novo recorde de alta de 101,6 trilhões de yuans (US$ 15,6 trilhões), o que reflete a robustez geral do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico, disse Ning Jizhe, porta-voz do Departamento Nacional de Estatística, à imprensa.

“Ao mesmo tempo devemos nos manter conscientes de que a China ainda é o maior país em desenvolvimento do mundo – e que seu PIB per capita ainda é ligeiramente inferior à média mundial”, disse Ning. Segundo ele, o país precisa fazer esforços incansáveis para cumprir as metas de longo prazo.

A taxa média de desemprego nas áreas urbanas permaneceu estável, em 5,6% – índice melhor que o esperado. O resultado reflete a recuperação do mercado de trabalho chinês em relação ao nível pré-Covid-19.

O PIB real de 2020 é 1,94 vez maior que o de 2010. A meta do Partido Comunista da China era dobrar o tamanho da economia em relação àquele ano, mas a Covid-19 – que se iniciou no país – inviabilizou a concretização do plano. Ainda assim, a China destoa entre as grandes economias.

Países como EUA e Japão sofreram com recessões recordes e continuam a enfrentar dificuldades diante da pandemia. O Banco Mundial estima um tombo da 4,3% na economia global em 2020. Para 2021, a projeção é de uma alta de 7,9% do PIB da China e de 4% na economia global.

Enquanto muitas nações lutam para conter o avanço do coronavírus, espera-se que a China continue à frente de seus pares, com o PIB crescendo no ritmo mais rápido em dez anos. Pesquisa da Reuters prevê um aumento de 8,4% em 2021. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), se a atividade econômica do país continuar a se normalizar e os surtos domésticos permanecerem sob controle, o PIB chinês crescerá 7,9% neste ano.

Com informações do G1 e do Valor Econômico

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