Com saída de Caboclo, jogadores da Seleção vão disputar a Copa América

Apesar do recuo, os atletas, com apoio do técnico Tite, devem divulgar um manifesto contrário à realização do torneio no País em pleno recrudescimento da pandemia

Os jogadores e a comissão técnica da Seleção Brasileira decidiram jogar a Copa América 2011, que será realizada no Brasil a partir de 13 junho. Embora a preferência inicial do elenco fosse pelo boicote ao evento, pesou na decisão a humilhante saída de Rogério Caboclo da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O dirigente foi afastado do cargo por 30 dias após ser acusado de assédio sexual por sua secretária.

Apesar do recuo, os jogadores, com apoio do técnico Tite, devem divulgar um manifesto contrário à realização do torneio no País em pleno recrudescimento da pandemia de Covid-19. O texto pode ser publicado após o jogo das Eliminatórias da Copa-2022 contra o Paraguai, nesta terça-feira (8). Mas não há consenso – parte dos jogadores defende a divulgação do manifesto já nesta segunda (7).

Desde o anúncio da Conmebol de que a Copa América seria disputada no Brasil, depois de ter sido rejeitada pela Argentina e a Colômbia, os jogadores se rebelaram. Na sexta (4), após o jogo contra o Peru também pelas Eliminatórias, o capitão Casemiro afirmou que a posição do elenco e da comissão técnica sobre o evento era unânime e de conhecimento público, deixando subentendido que o grupo é contrário à realização do torneio.

“Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro impossível”, afirmou em entrevista à TV Globo, ainda no gramado do Beira-Rio. “O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião.”

Na ocasião, ele disse que os jogadores e a comissão técnica tornariam pública a posição sobre o torneio nesta terça. Foi Tite quem deu apoio às decisões do elenco, mas pediu que só se posicionasse depois da partida contra o Paraguai.

Na noite daquela sexta, Caboclo foi ao vestiário e, visivelmente alcoolizado, deixou a situação ainda mais complicada. Mais cedo, tornou-se pública uma denúncia de uma funcionária da CBF denúncias contra o cartola – ela o acusa de assédio moral e sexual. Os relatos foram feitos à Comissão de Ética e Diretoria de Governança e Conformidade da instituição.

Neste domingo, a Comissão de Ética da CBF afastou Caboclo da presidência pelos próximos 30 dias. O afastamento pode ser prorrogado, e Caboclo corre até o risco de ser formalmente banido do futebol.

Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, um dos oito vice-presidentes da CBF, assumiu a presidência por ser o vice mais velho (82 anos). Como primeira medida, ele avisou a Tite que seu cargo de treinador não estava ameaçado, o que ajudou a tranquilizar o ambiente. e influenciar na decisão dos jogadores.

Com informações da Folha de S.Paulo