Policiais terão que atuar no limite da Constituição, pactuam governadores

Os chefes dos executivos vão cobrar disciplina e comando hierárquico, conforme estabelece a Constituição de 1988

Fórum de Governadores (Foto: Divulgação)

Numa reunião entre 25 governadores dos estados e do Distrito Federal, no Palácio do Buriti, em Brasília, ficou pactuado que os policiais vão atuar no limite da Constituição. Os chefes dos executivos vão cobrar disciplina e comando hierárquico, conforme estabelece a Carta de 1988. De acordo com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), o acordo envolve os 27 governadores que passarão a atuar em sintonia nacional.

“Aprovamos também por parte dos Estados um compromisso de que as polícias dos Estados estarão atuando na forma e nos limites da Constituição e da lei. É um compromisso do Fórum dos Governadores com o Brasil”, afirmou o governador petista.

O governador Flávio Dino (PSB-MA) disse que as polícias não serão utilizadas em “golpes” e que as instabilidades afastam o país da “agenda real: investimentos, empregos, vacinas etc”.

Eles querem evitar a indisciplina e o envolvimento político de policiais em atos contra a democracia e a Constituição. Nesta segunda-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou da Polícia Militar de São Paulo, por indisciplina, o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda.

Por meio de sua conta no Facebook, o militar pede aos amigos para participarem da manifestação bolsonarista programada para o dia 7 de setembro. Na publicação, Lacerda diz que Doria, que aparece numa fotomontagem como um travesti, é uma “cepa indiana”, Rodrigo Maia “mafioso” e Rodrigo Pacheco um “covarde.”

Diálogo

Os governadores também criticaram as ameaças golpistas de Bolsonaro e o ataque às instituições. “O Fórum dos Governadores do Brasil pede diálogo. Não será possível manter uma democracia sem respeito às instituições e posições políticas. Ainda estamos no meio de uma pandemia, com a ameaça de variantes e precisamos do alinhamento entre estados, municípios e governo federal”, defendeu Wellington Dias.

Nesse sentido, eles vão pedir audiência para Bolsonaro e os presidente da Câmara, Senado e STF. “Nós aprovamos, por unanimidade, o compromisso do pacto pela vida, onde a preocupação aqui é com a variante delta, entre outras variantes, ampliar a vacinação para que diariamente a gente possa ter mais pessoas protegidas, criar um ambiente para o diálogo, criar um ambiente de serenidade, de confiança de estabilidade”, disse o governador.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que além da pauta da democracia outros temas serão discutidos com Bolsonaro, incluindo questões de interesse aos Estados e municípios. Ibaneis criticou a fala do presidente responsabilizando eles pela alta no preço dos combustíveis é do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos Estados.

“Isso não é verdade. É uma falácia. O que nós temos é que nesse ano nós já tivemos 9 reajustes de combustíveis”, disse Ibaneis. “Isso é gerado também por causa da instabilidade política que vive ao Brasil e faz o dólar chegar a quase R$ 6 e puxa todos os preços dos combustíveis. O que nós precisamos é criar um ambiente de harmonia.”

Com informações do Poder 360

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