Relator da CPI vai sugerir indiciamento do bolsonarista Luciano Hang

Renan Calheiros disse que Hang, que depôs nesta quarta-feira (29) na CPI, colaborou com a “política equivocada” de enfrentamento à pandemia promovida por Bolsonaro

Relator questiona Luciano Hang na CPI (Foto: Leopoldo Silva / Agência Senado)

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta quinta-feira (30) que vai sugerir no seu relatório final o indiciamento do empresário Luciano Hang. De acordo com ele, não foi fácil interrogar “um papagaio que não quis falar”, mas que acabou sendo um depoimento que confirmou todas as acusações contra o bolsonarista.

Calheiros disse que Hang, que depôs nesta quarta-feira (29), colaborou com a “política equivocada” de enfrentamento à pandemia promovida por Bolsonaro.

Entre os deslizes de Hang no depoimento, o relator afirmou que o empresário “cinicamente” apontou erro da Prevent Senior na omissão da Covid-19 no atestado de óbito da mãe dele. O senador diz que o empresário usou eufemismo para não falar em falsificação.

Em vídeo, Hang afirmou que a mãe estava assintomática e chegou tarde ao hospital. “Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo eu não teria salvado a minha mãe?”, questionou. Ocorre que a CPI teve acesso ao prontuário da paciente e sabe que ela foi tratada como os medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19.

O relator considerou a atitude dele macabra, pois pediu para que adulterassem o prontuário da mãe para não desacreditar a cloroquina. “Sacrificou a mãe! A que ponto chega o bolsonarismo”, disse o relator.

Assim sendo, o relator diz que a CPI tem um elenco comprobatório imenso da participação criminosa de Hang em vários momentos da pandemia.

“Patrocinando, defendendo, postando e financiando a política equivocada do presidente da República, que acabou transformando nosso país em um morticínio com quase 600 mil vítimas. Ele constará do relatório. Será indicado por vários crimes e terá que se haver com esses crimes, respondendo por eles até o final da sua vida”, afirmou Calheiros.  

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