Na pandemia, Américas enfrentam crise na vacinação de rotina

Entidade diz que Américas correm risco de surtos de doenças evitáveis. Opas também alerta para atraso na vacinação da covid

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com a queda de mortes por covid-19 em todo o continente, as Américas estão enfrentando uma crise iminente na vacinação de rotina. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou, nesta quarta-feira (10), que doenças evitáveis podem retornar em surtos. A organização também criticou o atraso nas imunizações contra a covid-19.

Doenças evitáveis por vacinas, como sarampo, gripe, coqueluche, tétano e outras, devem aumentar, caso as imunizações caíam, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, durante coletiva de imprensa semanal.

“A região está enfrentando uma crise iminente em torno da vacinação de rotina e uma atenção contínua deve ser dada como prioridade para sustentar e fortalecer a imunização e outros programas essenciais de saúde”, disse Etienne.

“A menos que melhoremos nossos programas de imunização de rotina, a região corre alto risco de novos surtos e reaparição de doenças evitáveis por vacinas”, completou a diretora. Os primeiros dias de pandemia registraram um declínio significativo nas vacinações de rotina, apesar do longo histórico de altas taxas de vacinação nas Américas.

“A atual pandemia de covid-19 colocou uma pressão adicional no programa nacional de vacinação, mas também nos sistemas de saúde, ao mesmo tempo que desviou recursos consideráveis à operação de resposta emergencial.”

Esforços contra a malária

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) reconheceu municípios da Guatemala e do Peru por esforços sustentados contra a malária, apesar da pandemia de covid-19.

La Gomera e Andoas foram premiados como Campeões contra Malária na semana em que se comemorou o Dia da Malária nas Américas, marcado em 6 de novembro.

La Gomera ganhou o prêmio por seus esforços para garantir o acesso ao diagnóstico e tratamento imediato da malária, contribuindo para um declínio constante nos casos e nas taxas de transmissão. Andoas foi citado por sua implementação constante do Plano Malária Zero, incluindo extensa capacitação entre os trabalhadores comunitários de saúde.

“O trabalho desses campeões locais é uma lição de resiliência. Eles demonstraram que, apesar dos desafios de uma pandemia, é possível avançar com a agenda de eliminação da malária”, afirmou durante o evento o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Marcos Espinal.

A malária é uma doença potencialmente fatal, causada por parasitas que são transmitidos às pessoas através da picada de mosquitos infectados. Nas Américas, 138 milhões de pessoas vivem em áreas de risco de malária.

Com informações da Agência Brasil

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