Numa disputa polarizada, Chile vai às urnas para escolher novo presidente

Pesquisas apontam resultado pulverizado, com José Antonio Kast, da extrema direita, e Gabriel Boric, de esquerda, passando para o segundo turno

Participação dos chilenos no plebiscito da nova constituinte aumentou em relação às últimas eleições / foto: reprodução

Mais de 15 milhões de chilenos foram convocados às urnas neste domingo (21) para eleger o próximo presidente. Pesquisas apontam resultado pulverizado, com José Antonio Kast, da extrema direita, e Gabriel Boric, de esquerda, passando para o segundo turno.

Sete candidatos de um amplo espectro político aspiram ao Palácio de La Moneda, mas quase todos os estudos de opinião coincidem em apontar que nenhum atinge 30% da intenção de votos.

“Aqui a contradição é entre o conservadorismo extremo, que transcende o capitalismo selvagem e o neoliberalismo, e as forças que emergem com um verdadeiro programa de transformações e apoiam a convenção constituinte por uma nova constituição”, disse o analista político Juan Andrés Lagos ao Orbe.

Segundo o ex-editor do semanário El Siglo, os chamados setores centrais, que clamam por governabilidade em paz e sem protestos nas ruas, não têm muitas chances de alcançar resultados expressivos nas eleições.

Para Lagos, para além das urnas, é muito provável o cenário de um segundo turno entre Boric e Kast, que foi o grande perdedor no debate presidencial de 15 de novembro, com duras críticas por sua negação de violações de direitos Humanos cometidos na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Kast também expressou desconhecimento sobre seu próprio programa de governo sobre questões econômicas e ambientais e provocou rejeição por suas posições contra o casamento igualitário e o aborto. No entanto, os analistas acham difícil ver qualquer mudança de última hora nas tendências das pesquisas.

Esta também é a primeira vez em 16 anos que nem Sebastián Piñera nem Michelle Bachelet são candidatos a presidente do Chile.

Com informações da Prensa Latina e DW