Inflação: IPCA-15 tem a maior alta desde 2016

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 subiu 0,99% em fevereiro.

Foto: Alex Capuano

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,99% em fevereiro. Foi a maior variação para o mês desde 2016 (1,42%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (23). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%.

De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta em fevereiro. A exceção foi Saúde e Cuidados Pessoais, com variação de -0,02%. Caíram os preços médios de planos de saúde (-0,69%) e itens de higiene pessoal (-0,16%), enquanto aumentaram os de produtos farmacêuticos (0,65%).

A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 ponto percentual) vieram do grupo Educação, com destaque para a alta de 6,69% nos cursos regulares, “com os reajustes praticados no início do ano letivo”, lembra o IBGE. As maiores taxas foram registradas no ensino fundamental (8,03%), pré-escola (7,55%) e ensino médio (7,46%).

O segundo grupo com maior alta de preços foi o de Alimentação e bebidas (1,20%, com impacto de 0,25 p.p. no índice). O IBGE destaca aumentos de produtos como cenoura (49,31%), batata inglesa (20,15%), café moído (2,71%), frutas (1,75%) e carnes (1,11%). Por outro lado, caíram os preços do frango inteiro (-1,97%), arroz (-1,60%) e frango em pedaços (-1,31%).

O terceiro grupo que registrou alta foi o de Transportes, que subiu 0,87% e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.

Segundo disse ao jornal Monitor Mercantil Carlos Eduardo Oliveira Jr., assessor econômico da Confederação Nacional de Serviços (CNS) , “o resultado do IPCA de janeiro mostrou mais uma vez um cenário de pressões inflacionárias disseminadas, com altas fortes em alimentação no domicílio, bens industriais e serviços mais sensíveis à atividade econômica.”

Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, em previsão nesta terça-feira (22), disse que “para educação, o avanço mensal significativo deverá refletir majoritariamente o reajuste sazonal nas matrículas de cursos regulares e diversos. Enquanto isso, esperamos que a alta em transportes se deverá tanto à elevação esperada de 7,0% nas passagem aéreas quanto à aceleração no preço de automóveis.”

Com informações do Portal da CUT e do Monitor Mercantil