Mais três palestinos são mortos em nova operação israelense

O confronto aconteceu no primeiro dia do Ramadã, mês de jejum muçulmano, segundo informações da Rádio França Internacional.

Foto: Reprodução da Internet/Brasil 247

A escalada de violência verificada nos últimos dias em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados ganhou mais um capítulo neste sábado (2), segundo informações do portal Brasil 247. Com base em informações da Rádio França Internacional, o portal noticia que as forças israelenses mataram três integrantes do movimento palestino Jihad Islâmica durante uma operação no norte da Cisjordânia, na qual quatro soldados ficaram feridos. O confronto aconteceu no primeiro dia do Ramadã, mês de jejum muçulmano.

“As forças israelenses interceptaram uma célula terrorista que pretendia executar um ataque e tentaram parar o veículo no qual estavam três palestinos entre as cidades de Jenin e Tulkarem”, afirmou a polícia israelense em um comunicado. Os palestinos abriram fogo e os militares israelenses responderam, completa o relato.

O movimento armado Jihad Islâmica, baseado no território palestino de Gaza – que está sob bloqueio israelense -, confirmou as mortes de três combatentes. “Lamentamos as mortes de nossos três heróis combatentes”, declarou o braço armado do grupo.

A Jihad Islâmica informou que duas vítimas eram de Jenin e a terceira de Tulkarem, território ocupado pelo exército israelense, desde 1967. “A política de assassinatos executada pelo inimigo na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas não representará a suposta segurança”, afirmou o movimento palestino que governa Gaza.

Violência aumentou nos últimos dias em Israel e na Cisjordânia.

Na sexta-feira (1°), as forças israelenses mataram um palestino de 29 anos na cidade de Hebron (Cisjordânia), durante uma manifestação contra a colonização israelense nos Territórios Palestinos. O exército israelense afirmou que o “suspeito havia jogado um coquetel molotov” contra os soldados, que responderam com tiros.

No mesmo dia, o Crescente Vermelho informou que atendeu 70 palestinos feridos em confrontos com o exército israelense na região de Nablus, no norte da Cisjordânia.

Na quinta-feira (31), dois palestinos morreram durante uma operação do exército israelense em Jenin com o objetivo de deter “suspeitos” vinculados a um ataque executado por um palestino na terça-feira (29) perto de Tel Aviv e que deixou cinco mortos. O agressor também foi morto.

Desde 22 de março, 11 pessoas morreram em ataques anti-israelenses. Algumas dessas ações foram executadas por homens vinculados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O exército israelense mobilizou reforços na Cisjordânia e aumentou o número de detenções, incluindo membros da família do agressor palestino morto em Tel Aviv. “Continuaremos atuando por todos os meios possíveis para deter os ataques. É nossa missão”, declarou, na sexta-feira, o comandante do Estado-Maior israelense, Aviv Kohavi, durante um deslocamento à Cisjordânia.

No mesmo território, onde se reuniu na sexta-feira com vários comandantes militares, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, declarou que as forças do país prosseguirão com as “detenções e operações de defesa e ataque”. “Vamos pegar aqueles que tentam prejudicar os cidadãos de Israel”, acrescentou.

A Cisjordânia, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, tem 475.000 colonos judeus que moram em comunidades consideradas ilegais pelo direito internacional.

Mais de 2,8 milhões de palestinos também vivem neste território. O processo de paz entre Israel e os palestinos, a fim de encontrar uma solução para o conflito, está paralisado desde 2014. Durante a última década, convulsões no Oriente Médio, como a Primavera Árabe, a guerra na Síria, o surgimento do EI ou a questão nuclear iraniana, têm eclipsado a questão palestina.

Fonte: Portal Brasil 247 com informações da Rádio França Internacional