Com Bolsonaro, preço do gás de cozinha pesa mais no orçamento familiar
Levantamento do economista Emílio Chernavsky aponta que o poder de compra do botijão de gás começou a diminuir entre 2016 e 2017
Publicado 08/04/2022 10:34 | Editado 08/04/2022 11:53

O preço do petróleo no cenário internacional não é a única justificativa para o aumento da gasolina, do diesel e do gás de cozinha no Brasil. Isso é o que mostra um levantamento de preços do gás de cozinha realizado pelo doutor em economia, Emílio Chernavsky, com os dados da Agência Nacional do Petróleo e do Ipeadata.
Conforme gráfico apresentado pelo economista, é possível observar que o poder de compra do botijão de gás – um dos insumos mais importantes para as famílias brasileiras – começou a diminuir entre 2016 e 2017, e se aprofundou em 2018 culminando com a situação atual, em que um salário mínimo compra apenas 11,1 botijões de gás.
A explicação do economista leva em conta dois fatores: o fim da política de valorização do salário mínimo -cujo início se deu em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o fim em 2019 – primeiro ano de mandado do atual presidente Bolsonaro – e a adoção da Política Preços de Paridade de Importação na Petrobras, adotada por Michel Temer durante seu curto mandato.
“Nos últimos anos, em que o governo deixou de renovar a política de valorização do salário mínimo vigente nos anos anteriores e a Petrobras adotou a política de paridade internacional para o preço dos combustíveis, os salários têm tido dificuldade cada vez maior para acompanhar os aumentos do preço do gás da cozinha”, afirma o economista.
A consequência dessas duas varáveis econômicas pesa no bolso do trabalhador e representa um grave retrocesso social: “Este tem assim ocupado espaço cada vez maior no orçamento das famílias, que se vêm obrigadas a cortar outros gastos, inclusive os essenciais. Não surpreende que um número cada vez maior delas se veja obrigado a cozinhar com lenha”, lamenta Chernavsky.
Fonte: Reconta Aí