Aniversário de Brasília, parabéns ao povo brasileiro!

Neste 21 de abril, Brasília completa 62 anos. Construída pela força dos trabalhadores e projetada por um comunista, a cidade tem um DNA diferente.

Hoje (21/4), a capital do Brasil faz 62 anos. Brasília já fazia parte de minha vida mesmo antes do meu nascimento. Meus avós Sully Alves de Souza, Lucy Stumpf Alves de Souza, Raimundo Alves Neto e Isabel Gonçalves de Cássia fizeram parte do movimento de milhares de brasileiros que construíram Brasília. Foram candangos e comeram poeira para tirar a nova capital do papel para o concreto. Tiveram vidas muito diferentes e deixaram marcas em filhos, netos e bisnetos. O traço em comum das suas histórias é que Brasília representou para eles uma nova vida, uma reinvenção de suas existências.

Brasília é assim até hoje: a possibilidade de um novo futuro, uma nova vida.

Talvez por isso ela seja tão ultrajada, tão atacada e tão usurpada. Existe muito medo do futuro, muito receio do por vir, muito ódio quando se resolve mudar o status quo.

Brasília tem todas as qualidades e defeitos de nossa nação. Mas tem um DNA diferente. Uma cidade construída em três anos e meio pela força dos trabalhadores e com seus principais monumentos projetados por um comunista, Oscar Niemeyer, não é fruto da ambição capitalista como São Paulo ou resultado da invasão colonial como o Rio de Janeiro.

Os presidentes Juscelino Kubitschek e Jango sabiam que o Brasil poderia ter um novo destino com uma nova capital. Meus avós sabiam que também poderiam ter novos destinos ao participarem de sua construção. E para isso um sentimento sobressai: a coragem.

Hoje, vivemos sob o governo de um covarde no Palácio do Planalto e um governador que renegou seu passado e se tornou um vassalo do atraso. Mas isso vai passar.

Para homenagear minha cidade, vou tomar emprestado um trecho do livro Grande Sertão Veredas que traduz de forma simples e poética a alma da minha cidade:

“O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria, e ainda mais alegre no meio da tristeza”.

Parabéns Brasília! Parabéns candangos! Parabéns a todos e a todas que tem coragem!

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