73% dos beneficiários do Auxílio Brasil votariam em Lula, diz pesquisa

Números mostram que a principal medida eleitoreira do governo na busca pela reeleição não seduziu o eleitorado brasileiro

O ex-presidente Lula (à dir.), ao lado do padre Júlio Lancelotti

Se o primeiro turno das eleições presidenciais fosse hoje, 73% dos eleitores que recebem o Auxílio Brasil votariam no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apenas 16% em no atual presidente, Jair Bolsonaro. É o que aponta pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (27).

Os números mostram que a principal medida eleitoreira do governo na busca pela reeleição não seduziu o eleitorado brasileiro. Ao contrário: a cada nova rodada da pesquisa, a preferência por Lula cresce nessa faixa da pesquisa.

Em 30 de maio, o petista tinha 50% de intenções de votos entre os que recebem o Auxílio Brasil. No levantamento de 13 de junho, o índice disparou 14 pontos e chegou a 64%. Agora, duas semanas depois, bateu nos 73%. Bolsonaro, em trajetória inversa, tinha 25% desses votos, foi a 21% e caiu hoje para 16%.

A distância entre o ex-presidente e o atual nesse segmento é bem maior do que no conjunto do eleitorado, na sondagem para o primeiro turno. Na pesquisa estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados), Lula tem 43% e Bolsonaro, 33%. Já no segundo turno, o petista seria eleito com 52% dos votos, contra 37% do presidente da República.

Afinal, por que o Auxílio Brasil – um benefício mensal temporário de R$ 400 – não se converteu no estelionato eleitoral que os bolsonaristas tanto almejavam?

A principal razão é a crise econômica, que torna o benefício muito aquém em um cenário de desemprego, carestia e fome. Alguns recortes da pesquisa deixam claro o desapontamento dos brasileiros com os rumos da economia.

Quando perguntados sobre a situação econômica do País, 63% dizem “muito ruim” ou “ruim”, ao passo que somente 14% dos brasileiros a consideram “boa” ou “muito boa”. Com relação ao futuro, 34% julgam que a economia ainda vai piorar (um pouco ou muito) nos próximos três meses – período que inclui boa parte da campanha eleitoral.

A FSB também pediu aos entrevistados que, numa lista de oito problemas econômicos atuais, citassem os dois principais. “Venceram” o desemprego (38%) e a inflação (37%), bem à frente de impostos (29%) e desigualdade social (28%). Para nada menos que 97% dos brasileiros, os preços de produtos e serviços ou aumentaram muito ou aumentaram um pouco nos últimos três meses. E 65%, ademais, creem que a inflação pode aumentar no próximo trimestre.

A pesquisa BTG/FSB ouviu 2 mil eleitores, por telefone, de 24 a 26 de junho de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Autor