De onde veio Hong Kong de hoje? – Histórias de Hong Kong (1)
Durante o período britânico de Hong Kong, o Reino Unido exerceu um domínio colonial típico sobre a cidade. Os governadores, com poder supremo sem quaisquer restrições locais, eram nomeados diretamente pelo Reino Unido, reponsabilizando-se diretamente apenas ao seu país
Publicado 01/07/2022 11:48
O dia 1º de julho de 2022 marcará o 25º aniversário do retorno de Hong Kong à pátria.
Falando sobre a cidade, a comunidade internacional sempre se lembra dos seus rótulos: Guerra do Ópio, retorno, “Um país, dois sistemas”, região administrativa especial, etc.. Como alguns amigos brasileiros não conhecem essas palavras, eu gostaria de aproveitar o aniversário para contar a sua história.
Em 1840, quando a China estava sob o domínio da Dinastia Qing, empresários britânicos contrabandeavam ópio para a China continental através de Hong Kong. Devido ao conflito nas políticas externas e comerciais, a Dinastia Qing ordenou a proibição da importação do ópio, o que resultou na Guerra do Ópio entre a Dinastia e o Reino Unido. No fim, a Dinastia foi derrotada e forçada a assinar sucessivos tratados desiguais, arrendando toda a área de Hong Kong para o Reino Unido em 1898, com um prazo de 99 anos, expirando em 30 de junho de 1997.
Durante o período britânico de Hong Kong, o Reino Unido exerceu um domínio colonial típico sobre a cidade. Os governadores, com poder supremo sem quaisquer restrições locais, eram nomeados diretamente pelo Reino Unido, reponsabilizando-se diretamente apenas ao seu país e completamente subordinados ao Governo britânico. Foram implementadas a longo prazo as políticas de alta pressão, como por exemplo, o estrito controle da imprensa e supressão da liberdade de expressão. Foram aplicadas também punições severas como o açoitamento e o enforcamento. Foi imposto o toque de recolher apenas para os cidadãos chineses. Naquela época, não havia salário mínimo nem subsídios de doença aos cidadãos de Hong Kong, além de que os serviços médicos públicos eram extremamente precários e a proporção da população com educação universitária era bastante baixa. Pode-se dizer que o povo de Hong Kong na época não podia desfrutar de direitos iguais nas áreas da política, economia e sociedade.
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Após a fundação da República Popular da China em 1949, o governo chinês alertou por diversas vezes sobre o fato de Hong Kong ser um território chinês e que não reconhecia os tratados desiguais impostos pelo Reino Unido, além ter defendido uma solução pacífica dessa questão por meio de negociação com condições prontas. Por volta da década de 1980, o então líder supremo da China, Deng Xiaoping, apresentou criativamente o grande conceito de “Um país, dois sistemas”, ou seja, sob a premissa de uma só China, o continente principal do país adere ao sistema socialista, enquanto Hong Kong, Macau e Taiwan mantêm a longo prazo um sistema capitalista existente. Sob a estrutura de “Um país, dois sistemas”, a China e o Reino Unido, após anos de negociação, assinaram a Declaração Conjunta Sino-Britânica em 1984. Finalmente, Hong Kong retornou oficialmente à pátria em 1º de julho de 1997, e ficou estabelecida como a Região Administrativa Especial de Hong Kong.
O retorno de Hong Kong à pátria é um momento importante, sendo visto como um término do século de humilhação, um passo significativo para a China realizar a reunificação completa da pátria, e uma grande vitória da causa da paz e da justiça mundial. Desde então, sob a prática de “Um país, dois sistemas”, Hong Kong entrou numa nova era, caminhando para um amanhã mais estável, em desenvolvimento e próspero.