Eleitores de Ciro e Tebet podem mudar o voto, aponta pesquisa PoderData

Voto útil pode alcançar 28% dos eleitores de Ciro e 24% de Tebet. Em 2018, um dia antes da eleição, Ciro tinha 15% pelo Datafolha. Na apuração ficou com 12,47%.

Foto: Redes Sociais Simone Tebet

Os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) podem decidir as eleições já no primeiro turno. Com forte apelo da sociedade pelo chamado “voto útil”, parte do eleitorado das duas candidaturas se mostra propensa a votar em outro candidato.

Conforme a pesquisa PoderData revelou, boa parte dos eleitores de Ciro e Tebet não estão convictos se votarão neles, podendo migrar o seu voto no primeiro turno, marcado para 2 de outubro.

Os números da pesquisa revelam que 28% dos eleitores que votariam em Ciro podem mudar o voto para outro candidato, enquanto 63% têm certeza do voto. A pesquisa traz que o candidato do PDT tem 8% das intenções de votos totais.

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A candidata Tebet, que tem 5% das intenções de voto, segundo o PoderData, tem quase um quarto desses eleitores (24%) que podem migrar para outro candidato e 67% que estão convictos em votar na senadora.

Para chegar nestes números, foram utilizadas as seguintes perguntas: “Se a eleição fosse hoje, em qual dos candidatos você votaria?” e “sobre a sua escolha na pergunta anterior, você diria que…”, com as seguintes opções: “votará com certeza em quem escolheu”, “acha que até o dia da eleição pode mudar de ideia e escolher outro candidato” e “não sabe”.

A pesquisa PoderData coletou as informações entre 11 e 13 de setembro, por meio de ligações, entrevistando 3500 pessoas, com margem de erro de 2 pontos para mais ou menos. O registro da pesquisa está sob o nº BR-02955/2022.

Olho nos números

As declarações dos candidatos na imprensa, principalmente de Ciro, têm mostrado que o voto útil os preocupa, porque podem ver seus votos diminuírem nas urnas. Isto ocorre, em grande parte, por uma tendência dos eleitores não convictos a migrarem seus votos para o ex-presidente Lula (PT) como forma de fazê-lo vitorioso já no primeiro turno, em uma estratégia contrária à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

De olho nesses percentuais que podem decidir, ou não, a eleição no dia 2, já existem campanhas a favor e contrárias ao voto útil.

Eleição de 2018

Nas eleições para presidente de 2018, Ciro Gomes já demonstrou perder alguns eleitores na reta final de campanha. Pesquisa Datafolha divulgada em 6 de outubro daquele ano, um dia antes da eleição no primeiro turno, mostrava que o ex-governador do Ceará tinha 15% das intenções de voto ao se considerar os votos válidos. Porém, com a apuração das urnas, ficou somente com apenas 12,47%.

Capturar esta diferença de 2,5% entre a intenção de voto e o voto real é o que tem interessado os candidatos que estão à frente nestas próximas semanas, principalmente a campanha de Lula.

O fato de isso ter acontecido com Ciro e com potencial de que aconteça de novo já o fez gravar uma série de vídeos em contestação. Por outro lado, na campanha de 2018, quando tentou se lançar como terceira via, fez campanha apelando ao mecanismo do voto útil ao pedir apoio popular como o único capaz de vencer Bolsonaro no 2º turno.  Ciro ficou em terceiro lugar na ocasião e não disputou o pleito final.