PEC da Transição vai garantir somente Bolsa Família fora do teto

A presidente do PCdoB, Luciana Santos, diz que o debate chegou ao consenso de que não havia possibilidades de ampliar na PEC toda a agenda do futuro governo

Entrevista coletiva do conselho político da transição (Fotos: Magno Romero)

Quando for apresentada ao Congresso a PEC da Transição vai englobar apenas o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família com desembolso de R$ 175 bilhões fora do teto de gastos. A proposta obteve consenso na reunião do conselho político da transição realizada, nesta sexta-feira (11), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. O encontro reuniu 14 dirigentes de partidos que dão apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para facilitar a aprovação da emenda constitucional no Congresso, a vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, disse que outras agendas e compromissos de campanha entrarão no orçamento, mas na PEC estará apenas o Bolsa Família fora do teto.

“Outras questões serão agendas do orçamento. Agenda Aldir Blanc, agenda da vacina, agenda do salário mínimo. São compromissos de campanha que vão estar no orçamento e não na PEC, que é para excepcionalizar os R$ 175 bilhões para o Bolsa Família fora do teto de gastos. Isso é que unificamos”, disse Luciana Santos ao Portal Vermelho.

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De acordo com a dirigente, o debate chegou ao consenso de que não havia possibilidades de ampliar na PEC toda a agenda do futuro governo. Já o pagamento do Bolsa Família foi consenso.

“Até porque o pagamento de R$ 600 foi assunto que não houve divergência durante o debate no país. A diferença [do Auxílio Brasil] é que o Bolsa Família é mais estruturante, exigindo que a criança vá para escola e esteja com a vacinação em dia. É uma diferença de qualidade que a gente pensa de um programa de distribuição de renda, mas do ponto de vista orçamentário tem o mesmo custo. Em qualquer circunstância, isso é que o unifica o Brasil”, considerou.

Dirigentes reunidos no CCBB

A presidente do PCdoB classificou a reunião como “muito positiva e todo mundo com espírito de unidade, embalado com a alegria de transformar a realidade brasileira”. “Nós pautamos que era preciso coesionar as nossas posições para que a gente pudesse ter a voz o máximo uníssono”, disse.

Os dirigentes também debateram a importância de ter a representação de todos os partidos nos grupos de trabalho da transição. Outras reuniões foram confirmadas para os próximos dia 20 e 24. “Vamos assistir aos jogos da Copa juntos, todos com a camisa verde e amarela. Ou seja, é um ambiente de coesão”, disse a dirigente em relação ao dia 24 quando a seleção brasileira estreia contra a Sérvia.  

Coordenada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a reunião contou ainda com as presenças de Eliziane Gama (Cidadania), Juliano Medina (PSOL), Carlos Siqueira (PSB), Daniel Tourinho (Agir), José Luiz Penna (PV), Guilherme Ítalo (Avante), Antônio Brito (PSD), Felipe Espírito Santo (Pros), Jefferson Coriteac (SDD), Wolney Queiroz (PDT), Wesley Diógenes (Rede) e Floriano Pesaro (PSB).

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