TCU acata pedido para apurar gastos de Bolsonaro no cartão corporativo  

O Tribunal diz que houve gastos exorbitantes no cartão entre agosto e outubro do ano passado, período eleitoral

(Foto: TCU/Divulgação)

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, o pedido da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados para apurar os gastos de Bolsonaro no cartão corporativo da Presidência da República.

Na decisão, o TCU diz que encontrou gastos exorbitantes no cartão entre agosto e outubro do ano passado, período eleitoral.

As despesas nesse período chegaram a R$ 9,1 milhões, o que correspondeu a uma média mensal de R$ 3 milhões. Ou seja, houve um aumento de 108% em relação aos gastos mensais do ano anterior, uma média de R$ 1,5 milhão.

A auditoria será feita nos gastos do cartão pela Secretaria-Geral da Presidência da República, gabinete pessoal do presidente e Gabinete de Segurança Institucional. Além disso, o TCU vai investigar a atuação do Banco do Brasil, banco responsável pela operação.

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“É razoável supor que novas solicitações do Congresso Nacional, representações e denúncias por parte de parlamentares, autoridades e cidadãos venham a ser formuladas, com novos processos sendo autuados nesta Corte de Contas. Isso posto, entende-se que a melhor forma de atender a tal demanda recorrente é por meio de fiscalização contínua”, diz o órgão.

Férias

O ex-deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), atual secretário de Assuntos Legislativos no Ministério da Justiça e Segurança Pública, disse que solicitou as investigações após identificar  gastos irregulares nas férias do final de 2020 e início de 2021.

“A equipe de segurança do ex-presidente recebeu diárias para hospedagem e alimentação pagas pelo próprio governo. O total foi de R$ 200 mil. Mas nos cartões corporativos também apareceram essas despesas. Só que no valor de R$ 700 mil. Quem gastou esse dinheiro?”, indagou Vaz.

De acordo com ele, são gastos em cidades que estavam fora da rota de férias. “Os recursos foram usados em supermercados e lanchonetes, aluguel de palco e, possivelmente, de Jet Skis também foram identificados. É preciso passar um pente fino nessa farra com o dinheiro público”, disse.

No mês passado, Elias Vaz corrigiu uma informação que estava circulando na mídia dando conta de que os gastos de Bolsonaro no cartão eram da ordem de R$ 27 milhões.

“Mas a verdade é outra! Os dados do Portal da Transparência durante o governo dele mostram que o valor total foi de R$ 75 milhões”, corrigiu.

“A Abin gastou R$28 milhões e o GSI totalizou mais de R$6 milhões. Esses são órgãos de segurança do presidente. Já o cartão de uso do Bolsonaro totalizou R$ 41 milhões. A farra com o dinheiro público promovida pela última gestão foi bem maior do que a divulgada. É uma vergonha!”, criticou.

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