Jandira está entre parlamentares que mais sofrem violência de gênero

Estudo feito pela UFF mostra que parlamentares mulheres de esquerda foram duas vezes mais atacadas que as de direita entre 2019 e 2022

Deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Um monitoramento feito pelo Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração (Colab) da Universidade Federal Fluminense (UFF), mostrou que além das parlamentares mulheres continuarem sofrendo com a violência política de gênero, as de esquerda são duas vezes mais atacadas que as de direita.

Segundo divulgação do G1, o estudo analisou 4 milhões de menções feitas a 79 deputadas e 12 senadoras, entre julho e dezembro de 2021, estabelecendo filtros para detectar o tipo de agressão. Veja o quadro abaixo:

Em outros níveis de ofensa, o insulto aparece com 41% das menções, seguido por invalidação (26,6%) e crítica (24,5%).

Entre as nove parlamentares proporcionalmente mais atacadas com discursos violentos durante a última legislatura (2019-2022) está a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Na imagem abaixo Jandira aparece em terceiro lugar, com 33,3% das menções ofensivas feitas à ela. A parlamentar vem logo atrás de Talíria Petrone (Psol-RJ), com 50%, e da ex-deputada Dayane Pimentel (União Brasil-BA), com 37,5% das menções.

Feghali, que também é muito presente nas redes, usou o Twitter para falar sobre o assunto. “Estudo da UFF apontou a violência sofrida por parlamentares mulheres na última legislatura. E estou entre as mais atacadas nas redes proporcionalmente. A motivação? Intolerância política, discurso misógino, desinformação, aparência, racismo, homofobia e capacitismo.”, escreveu.

A deputada seguiu o fio afirmando que “é indignante saber que mulheres ainda são alvo de violência política e que o protagonismo feminino é uma das causas desse discurso de ódio”. Frizando que “é preciso denunciar e punir os agressores” e também “continuar estimulando o empoderamento das mulheres na política.”

Entre as plataformas consideradas na pesquisa estão o Twitter, com cerca de 24% das menções com discursos violentos; e o Facebook, que apresentou aumento nos índices de engajamento nos conteúdos com ataques às parlamentares.

Violência política de gênero

A violência política de gênero, tipificada como crime em agosto do ano passado, quando foi sancionada a Lei n. 14.192, pode ser caracterizada como todo e qualquer ato cujo objetivo seja excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou ainda induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato.

Essa violência é considerada uma das principais causas da sub-representação das mulheres no Parlamento e nos espaços de poder e decisão, prejudicando a democracia no país.

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com informações de agências.

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