PCdoB lança livro que demonstra contemporaneidade da legenda, aos 100 anos

Evento nesta quinta (2), às 19h, será na sede nacional do PCdoB, em São Paulo, com presença de Renato Rabelo e Adalberto Monteiro.

Livro narra as etapas do protagonismo comunista na história do Brasil

O PCdoB lança, nesta quinta-feira (2) o livro PCdoB: um século de lutas em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo. O livro é a formatação física do documento aprovado pelo Comitê Central por ocasião do centenário de fundação da legenda comunista, em 25 de março de 1922. 

O evento dá início a uma série de lançamentos pelo país, para marcar o encerramento das homenagens aos cem anos e o início das celebrações dos 101 anos. O lançamento será no auditório da sede nacional do PCdoB, à Rua Rego Freitas, 192, próximo ao metrô República, em São Paulo — às 19h, e contará com a presença de Renato Rabelo (presidente da Fundação Maurício Grabois), Adalberto Monteiro (secretário de Formação e Propaganda do PCdoB), quadros e dirigentes do PCdoB. Adalberto é um dos coordenadores da comissão de redação, que incluiu ainda o historiador Fernando Garcia e o jornalista e escritor Osvaldo Bertolino, e falou ao Portal Vermelho da importância desta lançamento.

Segundo ele, o livro demonstra que o PCdoB é centenário e jovem, por estar plenamente inserido nas lutas contemporâneas. Segundo ele, a importância de um documento como este não está apenas em narrar a história.

“Esta contemporaneidade e juventude pode ser comprovada pelo exemplo do último grande confronto travado pela nação e pela classe trabalhadora em 2022. A luta travada para defender a democracia e derrotar a extrema direita. O PCdoB lá estava no epicentro desta batalha”, afirmou. 

Adalberto destaca a tática de Frente Ampla, decisiva para a vitória, que foi originalmente foi elaborada e insistentemente defendida pelo PCdoB. Ele também pondera que há uma tradição de defesa de Frente Ampla no Partido, como houve para combater a ditadura militar. 

“Outro aspecto da contemporaneidade é o programa do partido, situado na dinâmica da história do Brasil, no curso da luta política, e leva em conta a realidade internacional e o mundo contemporâneo”, apontou. 

Segundo Adalberto, ao apontar o caminho brasileiro para o socialismo, que seria a luta para um novo projeto nacional de desenvolvimento, o programa traz a temática da revolução para a intervenção do Partido nas lutas reais, “as que estão diante dos nossos olhos”. 

O dirigente partidário cita Antonio Gramsci, quando diz que, para avaliar a importância de uma legenda partidária, é preciso saber em que grau e medida ela esteve ou não envolvida no conjunto de lutas travadas pela nação e pela classe trabalhadora. 

“O livro demonstra que na trajetória de cem anos, o Partido Comunista do Brasil participou dos grandes confrontos e batalhas decisivas para os destinos do pais e do povo”, afirma.

No entanto, ele salienta que o método de fazer a síntese, pode envolver o erro de afirmar apenas acertos ou enveredar pelo negativismo de ressaltar só os erros. “Esta leitura é multilateral, pois apresenta os acertos, mas também as insuficiências e lacunas. Houve o equívoco, por exemplo, de não participar da Revolução de 1930. Uma orientação descolada da realidade”, menciona.

O documento se alicerça numa sequência de outros documentos bastante emblemáticos, que foram elaborados coletivamente em datas comemorativas, como os dos trinta (1952), dos cinquenta (1972), dos oitenta (2002) e dos noventa anos (2012) que mostram uma robusta elaboração do significado do Partido Comunista do Brasil, de sua história e seus desafios. Mas também aponta para continuidades e rupturas com estas elaborações. 

O destaque fica por conta do documento de 1972, escrito por João Amazonas e Maurício Grabois. Vinte e cinco anos depois, foi formada uma comissão composta por Amazonas, Augusto Buonicore, José Carlos Ruy, Pedro Oliveira, Diorge Konrad, Raul Carrion e Edvar Bonotto, que gerou uma série de artigos na revista Princípios. Em 2012, o livro dos 90 anos traz uma elaboração ainda mais completa que também serve de base ao documento atual.

A nova síntese da história do Partido, conforme destaca Adalberto, traz a singularidade de valorizar a trajetória inteira da legenda e o conjunto das gerações e líderes. “Ele demonstra com fatos o entendimento do Partido Comunista do Brasil como continuador da trajetória dos comunistas brasileiros”, disse.

História, legado, lições e atualidade

O livro está dividido em quatro partes que estruturam o documento. A primeira parte é a história cronológica do PCdoB, seu panorama centenário em que são enfatizadas suas lutas, campanhas, eventos e personagens a partir de um recorte temporal marcado pelos pontos de viragem da história dos comunistas.

A segunda parte desenvolve a relação que a história do PCdoB tem com a própria história do Brasil. Dessa forma ficam evidentes os legados que os comunistas deixam para o povo e a nação. Destaca-se ainda a divisão em cinco gerações que construíram o Partido Comunista do Brasil neste século de existência. Como diz o texto de apresentação, assinado por Luciana Santos e Renato Rabelo, presidenta e ex-presidente do Partido, “não se pode compreender a história do Partido Comunista do Brasil sem entender a história do Brasil. Mas também não se pode entender a história brasileira sem levar em conta a ação dos comunistas”.

A terceira parte do documento são as Sínteses orientadoras da atuação e construção do Partido. É um capítulo que remete às lições da trajetória centenária dos comunistas deixa para as novas gerações; são pontos altos do aprendizado coletivo do Partido.

A quarta parte do documento trata da Nova luta pelo socialismo em que a elaboração do PCdoB conta com o pensamento estratégico, revolucionário e contemporâneo para seguir à altura de seus desafios. O texto ressalta a prática do partido de unificar forças para derrotar o autoritarismo fascista, seja na ditadura militar, seja agora, com a defesa de uma Frente Ampla para derrotar o bolsonarismo.

SERVIÇO:

LANÇAMENTO: PCdoB: um século de lutas em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo”
LOCAL: auditório da sede nacional do PCdoB, Rua Rego Freitas, 192, República, em São Paulo
DATA: Dia 2 de março, quinta-feira, às 19h,
PARTICIPAÇAO: Renato Rabelo (presidente da Fundação Maurício Grabois), Adalberto Monteiro (secretário de Formação e Propaganda do PCdoB).