Imposição de reforma da Previdência na França agrava protestos

Estima-se que 310 pessoas foram detidas nas manifestações de quinta-feira após Macron utilizar o artigo 49.3 da Constituição e impor Lei sem aprovação do Parlamento

Force Ouvrière

Os protestos contra a reforma da Previdência na França continuam nesta sexta-feira (17). Os conflitos se acentuaram após o governo decidir unilateralmente pelo aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Para isso, o presidente Emmanuel Macron se valeu do artigo 49.3 da Constituição para impor uma Lei sem a aprovação do Parlamento.

A decisão, comunicada na quinta-feira (16), fez com que mais pessoas fossem às ruas protestar. Ao menos 310 franceses foram presos nos protestos. Estima-se que existam manifestações em mais de 24 cidades no país, com foco principal na capital, Paris.

Pesquisa encomendada pela rádio RTL para a agência Toluna/Harris Interactive mostrou que 65% dos franceses apoiam as greves e que oito em cada dez pessoas estão insatisfeitas com a decisão imposta por Macron.

Desde o final de janeiro o país entrou nesse debate e os movimentos sociais organizaram diversas jornadas de greves e paralisações. A greve dos coletores e de caminhoneiros são as principais, o que tem causado acúmulo de lixo nos centros urbanos e desabastecimento.

O final de semana também deverá ser marcado por embates. Os jornais franceses Libération e Le Monde condenaram a decisão do presidente e apontaram o fracasso do governo. Já o direitista Le Figaro indica que a oposição se organiza para tentar derrubá-lo.

Tudo, é claro, dependerá da adesão das ruas que já demonstraram com veemência não concordar com o aumento da idade mínima, ainda mais com a regra sendo imposta.

Em tempo: No Brasil, desconsiderando regras de transição, para trabalhadores urbanos a idade mínima para mulheres se aposentarem é de 62 anos e homens 65 anos. A regra foi aprovada na reforma da Previdência de 2019 (PEC 6/2019).

*Com informações de agências

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