Professores e alunos voltam às ruas contra novo ensino médio

Manifestantes também defendem reajuste para todos os profissionais das escolas, como agentes e inspetores

Foto: Reprodução/Ubes

Mais uma vez professores e estudantes de todo o país saíram às ruas em protesto pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM). O ato desta quarta-feira (22) é o segundo contra a reforma do Ensino Médio em menos de 15 dias. O último, organizado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), ocorreu no dia 15 de março.

Aprovada por meio de Medida Provisória 746 no Governo de Michel Temer, o NEM, como é conhecido, retira da grade curricular horas-aula de disciplinas básicas para incluir matérias teoricamente ligadas aos interesses dos alunos. O novo modelo é obrigatório tanto em escolas públicas quanto privadas.

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Segundo os manifestantes, essa é uma prática que vem sendo construída de forma errada pelos estados focando apenas em empreendedorismo de baixa complexidade. Entre diversos problemas, como a falta de professores, os alunos das escolas públicas não conseguem cumprir o currículo exigido no ENEM e outros vestibulares.

Outro motivo é a luta pela aplicação do piso nacional dos professores, que apesar de ter sido aprovado em 2008, não é cumprido por todos os estados e municípios. Outra reivindicação é que o reajuste anual concedido aos educadores seja estendido a todos os profissionais que atuam na escola, como inspetores e agentes escolares.

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Manifestação nos estados

Cerca de 14 estados participaram dos protestos nesta quarta. Entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em São Paulo, o ato foi organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e contou com a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Realizado no MASP, na Avenida Paulista, participaram do ato cerca de cinco mil pessoas.

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A estudante Luiza Martins, da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), disse que o NEM faz a qualidade da formação escolar diminuir e não proporciona uma formação completa aos alunos. “A gente quer brigar pela revogação imediata do novo ensino médio. Ele acaba com o nosso sonho de ingressar na universidade, acaba com a nossa perspectiva de uma escola de qualidade, que nos ofereça uma formação completa como ser humano. Dentro da escola que a gente aprende a revolucionar nossa sociedade”.

No Rio de Janeiro, o ato teve início no Largo do Machado e seguiu em caminhada até o Palácio Guanabara, sede do governo estadual. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ), os educadores do Rio recebem um dos piores salários do país.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o ato público e a paralisação pelo reajuste do salário dos professores tiveram concentração em frente ao Palácio Piratini. A categoria segue na luta pelo reajuste de 14,95%. No mesmo dia foi lançado o Comitê Gaúcho pela Revogação do Novo Ensino Médio (NEM). O encontro ocorreu no pátio da Faculdade de Educação da Universidade Federal do RS (Faced/Ufrgs) e reuniu representantes de entidades sindicais, estudantis, além de parlamentares, professores, pais e alunos contrários à reforma em curso.

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com informações de agências

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